Publicado 20/11/2021 14:13
Brasília - Nem ser eleita deputada federal livrou Talíria Petrone (PSOL-RJ) do racismo. Pelo contrário: a parlamentar diz ter "perdido as contas" das vezes em que foi barrada na entrada da Casa, inclusive em sua própria posse, por causa de suas tranças e de seu turbante. Também já foi chamada de "barraqueira" e "favelada". "A Câmara é um ambiente hostil e violento para pessoas negras", afirma.
Talíria, uma das parlamentares que mais apresentaram projetos contra o racismo nesta legislatura, diz não haver disposição da Câmara para debater esse tema porque não há, segundo ela, reconhecimento de que o problema existe. É o que ela chama "mito da democracia racial", um conceito que nega a existência do racismo para reduzi-lo a uma pauta simplesmente ideológica.
A deputada começou a carreira política como vereadora em Niterói, em 2016. À época, sua candidatura foi encorajada pela amiga Marielle Franco, que se elegeu para a Câmara Municipal do Rio no mesmo ano. Talíria já foi ameaçada de morte e só sai de casa com proteção da polícia legislativa, em veículos blindados.
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