Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) Marcos Brandão/Senado Federal
Publicado 22/11/2021 08:40
Brasília - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, está considerando realizar a sabatina do ex-advogado-geral da União, André Mendonça, ao Supremo Tribunal Federal (STF) no plenário, com a presença dos 81 senadores. Indicação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Mendonça aguarda o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP) marcar uma data desde julho. 
As informações são da jornalista Carolina Brígido, do portal Uol apontam que Alcolumbre vem recebendo diversas críticas de senadores governistas pela demora para agendar a sabatina. O presidente da CCJ se manifestou alegando que a data ainda não foi marcada porque não foi construído um consenso em torno da questão. 
Nos bastidores, porém, é apontado que o senador tem travado o processo da indicação por insatisfação com Bolsonaro. Além disso, Alcolumbre não esconde a preferência pelo atual procurador-geral da República, Augusto Aras, para a vaga do Supremo.
Pacheco tem ouvido atentamente o pedido de um grupo de senadores para conseguir ele mesmo tomar uma decisão e agendar uma data para a sabatina em plenário, já que teme colocar sua popularidade em risco com a situação. Segundo a colunista, o presidente do Senado usará a ideia muito mais como uma forma de pressionar Alcolumbre, uma vez que ele já pediu que a sabatina seja marcada entre o fim do mês e o início de dezembro na CCJ.
No último dia 15, a ministra Rosa Weber, do STF, enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido para investigar Alcolumbre pela demora para marcar a sabatina. A PGR, porém, pediu o arquivamento da ação. "Não havendo providências criminais a serem adotadas junto à Suprema Corte pelo titular da ação penal, e sendo incabível a figura da reclamação, entende o Ministério Público que a hipótese é de extinção da presente petição", disse o parecer assinado pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros.
Semana passada, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) acusou Alcolumbre de cometer crime pela demora. "Não é um ato discricionário do presidente da CCJ pautar ou não pautar uma indicação de uma autoridade vinda de outro Poder, ainda mais quando o atraso injustificado viola a harmonia e a independência dos Poderes. O presidente da CCJ está abusando de poder, e abuso de poder é crime", afirmou.
A parlamentar também alegou que há suspeita de que ele esteja demorando para marcar a sabatina em troca de emendas do orçamento secreto e nomeações em cargos públicos. Ela também sugeriu o boicote à votação de projetos enquanto Mendonça não foi interrogado pela CCJ.

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