Publicado 24/11/2021 08:51
Oficialmente na política partidária desde o último dia 10, quando se filiou ao Podemos, o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro voltou a dizer que o combate à corrupção foi enfraquecido no Brasil. Ele falou sobre o assunto nesta terça-feira, 23, ao comentar sua saída do governo Jair Bolsonaro (sem partido).
"Enquanto eu estive lá no governo, a gente tem isso de maneira muito clara, né? Eu lutei com todas as minhas forças pra evitar qualquer espécie de retrocesso. Quando eu saí, houve uma degeneração. Hoje existe combate à corrupção aqui no Brasil muito pouco. Não temos o mesmo cenário que tínhamos na época da Lava Jato", defendeu em entrevista ao Jornal da CNN.
Moro deixou o governo Bolsonaro em abril do ano passado, ao acusar o presidente da República de tentar interferir na Polícia Federal (PF). Desde então, ele se tornou um dos principais adversários do mandatário.
"Eu vi meu trabalho comprometido porque não tinha apoio do governo. (...) Eu não vou ficar no cargo de ministro por prestígio e poder e à custa dos meus princípios até porque não são meus princípios são princípios do povo brasileiro", declarou.
Moro deixou o governo Bolsonaro em abril do ano passado, ao acusar o presidente da República de tentar interferir na Polícia Federal (PF). Desde então, ele se tornou um dos principais adversários do mandatário.
"Eu vi meu trabalho comprometido porque não tinha apoio do governo. (...) Eu não vou ficar no cargo de ministro por prestígio e poder e à custa dos meus princípios até porque não são meus princípios são princípios do povo brasileiro", declarou.
À época do rompimento com Bolsonaro, o presidente disse que Moro condicionou a mudança que ele pedia no comando da Polícia Federal à garantia de que seria indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro negou.
A corte, inclusive, foi pautada na entrevista, quando Moro citou o que chama de "erros" dos magistrados. "Eu tenho um grande respeito pelo Supremo. (...) Agora, forçoso reconhecer que isso é uma crítica que tem que ser feita que, nos últimos anos, o Supremo Tribunal Federal tomou decisões que enfraqueceram o combate à corrupção. É o fim da execução em segunda instância, a transferência de casos de corrupção pra Justiça Eleitoral que está bem preparada pra cuidar desses casos e o caso da anulação da condenação do ex-presidente que, com todo respeito ao Supremo, pra mim foi um gritante erro do Judiciário. Ou vai se falar que não houve saque da Petrobras? Ou vai se falar que não houve ali um esquema de corrupção que durou anos, que era prática do dia a dia contra a Petrobras durante os governos do Partido dos Trabalhadores?", indagou Moro, de maneira retórica.
A corte, inclusive, foi pautada na entrevista, quando Moro citou o que chama de "erros" dos magistrados. "Eu tenho um grande respeito pelo Supremo. (...) Agora, forçoso reconhecer que isso é uma crítica que tem que ser feita que, nos últimos anos, o Supremo Tribunal Federal tomou decisões que enfraqueceram o combate à corrupção. É o fim da execução em segunda instância, a transferência de casos de corrupção pra Justiça Eleitoral que está bem preparada pra cuidar desses casos e o caso da anulação da condenação do ex-presidente que, com todo respeito ao Supremo, pra mim foi um gritante erro do Judiciário. Ou vai se falar que não houve saque da Petrobras? Ou vai se falar que não houve ali um esquema de corrupção que durou anos, que era prática do dia a dia contra a Petrobras durante os governos do Partido dos Trabalhadores?", indagou Moro, de maneira retórica.
No caso específico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o STF declarou Moro suspeito, acatando o argumento da defesa do petista de que o então juiz não agia com imparcialidade. Além disso, os processos contra o petista foram anulados porque a Corte julgou a Justiça Federal do Paraná incompetente para assumir os casos.
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