Publicado 25/11/2021 13:18
Desde o início da pandemia de covid-19, diversos setores da economia sofreram um grande impacto, e na educação, esse processo trouxe profundas transformações. As instituições de ensino se viram obrigadas a interromper as suas atividades presenciais e passar a promove-las à distância como forma de se conter a proliferação da doença. Para avaliar o impacto da EAD no ensino presencial na pandemia em todo o território nacional, a Associação Brasileira de Educação à Distância (ABED) realizou um levantamento especial do CensoEAD.BR, que indicou um aumento de até 50% do volume de matrículas no ensino a distância na pandemia. Também apresentaram crescimento das taxas de inadimplência e de evasão escolar.
A pesquisa contou com a participação de 51 instituições de ensino, sendo 78,43% das respondentes pertencentes ao setor privado e 21,57%, ao setor público. Integram o levantamento Instituições de Ensino Superior (IES), Ensino Fundamental e Ensino Médio, além de ensino técnico e cursos livres. Ele foi realizado este ano no formato online, entre os dias 20 de março e 30 de abril e contou com a participação da maioria dos estados brasileiros. Dentre eles, São Paulo somou 25% e Minas Gerais e Pernambuco 13%, cada um.
"O estudo mostra que investir em EAD é um bom negócio e que apesar de reunir uma amostra pequena, ainda sim é bastante significativa. Além disso, constatou-se que essa modalidade de ensino foi a forma que as instituições de ensino tiveram para viabilizar a educação na pandemia e que sendo favorável ou não a ela, esse formato segue como uma tendência que, inclusive, já é observada há alguns anos e apenas foi potencializada pela pandemia", ressalta Betina Von Staa, que é coordenadora dessa pesquisa e do CensoEAD.BR, realizado anualmente pela ABED.
O levantamento mostra que se para a maioria dos cursos EAD (35,3%) a inadimplência permaneceu constante e para 21,6% ela representou um aumento de até 50%. Outro aspecto a ser observado é a taxa de evasão para cursos de ensino a distância: para 37,3% esse número se manteve, enquanto para 27,5 aumentou em até 50% e para 11,8% teve uma diminuição de até 50%.
Para manter seus alunos, os descontos concedidos pelas instituições de ensino nos cursos a distância foram menores se pensar entre 21% e 50%, representando o equivalente a 15,7% para EAD e 17,6% para o presencial.
Além disso, em relação ao principal motivo da evasão escolar e de pedidos de descontos, o estudo indica que mais de 70% apontaram para a crise econômica, seguido de 47,1% à dificuldade dos alunos de se adaptar ao ensino remoto emergencial.
Outro dado relevante se refere a experiência das instituições de ensino com o ensino a distância e de que forma isso permitiu dar suporte aos cursos presenciais: quase 75% concede à transferência de conhecimento sobre o uso de tecnologia para os professores.
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