Publicado 30/11/2021 11:47
Brasília - Após dois anos sem partido, o presidente Jair Bolsonaro se filiou nesta terça-feira, 30, ao Partido Liberal (PL). A cerimônia de filiação ocorreu na sede da legenda em Brasília e contou com a presença do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, dirigentes do partido de vários estados e de integrantes do governo.
A filiação no partido de Costa Neto, ex-deputado federal condenado e preso no escândalo do mensalão, sela o casamento do presidente, eleito em 2018 na esteira da antipolítica, com o Centrão. No discurso de posse, Bolsonaro lembrou sua trajetória na Câmara dos Deputados e os tempos em que era deputado.
"Estou me sentindo aqui em casa, dentro do Congresso Nacional, aquele plenário da Câmara, tendo em vista a quantidade de parlamentares aqui presentes. Me trazem lembranças agradáveis, lembranças de luta, acima de tudo, momentos em que nós, juntos, fizemos pelo nosso país. Eu venho do meio de vocês. Venho de 28 anos na Câmara", afirmou o presidente.
No discurso, Bolsonaro agradeceu Costa Neto pela "confiança", mas ponderou que a escolha do partido "não foi fácil". "Obviamente isso nos deixa bastante felizes. Sinal de que somos queridos. Não podemos agradar a todos, mas fazemos o possível", declarou o presidente. "Nenhum partido será esquecido por nós", garantiu. "Queremos composição nos Estados".
O presidente ainda voltou a elogiar o ministro do STF Kassio Nunes Marques, indicado por ele à Corte - "um ministro que tem feito o seu trabalho" - e reiterou elogios ao seu nome para a vaga em aberto, André Mendonça. "André conversou com todos os senadores", afirmou. Em seguida, o chefe do Executivo declarou que nunca vai apresentar uma proposta para controlar a mídia ou as redes sociais.
Bolsonaro encerrou seu discurso entoando o lema de 2018: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".
Bolsonaro encerrou seu discurso entoando o lema de 2018: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".
Nesta terça-feira, Bolsonaro fez questão de afirmar que o evento não se tratava do lançamento da pré-candidatura à presidência, mas sim exclusivamente sua filiação no partido.
"Não estamos aqui lançando ninguém a cargo nenhum. Um evento simples, mas de muita importância, a filiação, que é a passagem para que possamos pleitear algo lá na frente", concluiu o presidente.
"Não estamos aqui lançando ninguém a cargo nenhum. Um evento simples, mas de muita importância, a filiação, que é a passagem para que possamos pleitear algo lá na frente", concluiu o presidente.
A cerimônica contou com a presença de pelo menos 14 ministros, como Paulo Guedes (Economia), Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), Flávia Arruda (Secretaria de Governo, única filiada ao PL), Ciro Nogueira (Casa Civil), Marcelo Queiroga (Saúde), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Fabio Faria (Comunicações), Milton Ribeiro (Educação), João Roma (Cidadania), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Tereza Cristina (Agricultura), Anderson Torres (Justiça) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).
Além disso, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã Cloroquina, e o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo estiveram presentes.
Além disso, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã Cloroquina, e o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo estiveram presentes.
Adiamento
O evento desta terça-feira, no dia que celebra-se o Dia do Evangélico, ocorreu após um adiamento. Inicialmente, o PL havia anunciado a cerimônia de ingresso de Bolsonaro para o último dia 22, número da sigla nas urnas eletrônicas, porém alegou que precisou adiar a filiação por discordâncias do presidente em relação às alianças nos estados nas eleições de 2022. Entretanto, após esse episódio, os dois se encontraram e afirmaram que chegaram a um acordo.
O principal conflito era o palanque do partido em São Paulo. No âmbito estadual, o plano do PL era apoiar a eventual candidatura do hoje vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB). Mas além de ser filiado ao PSDB, Garcia é aliado do governador João Doria (PSDB), um dos principais adversários políticos de Bolsonaro.
O Partido Liberal será a nona legenda na carreira política do presidente. Isso porque que em três décadas ele já passou pelos seguintes partidos: PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP, PSC e PSL.
Em 2018, Bolsonaro foi eleito presidente pelo PSL, mas deixou o partido em 2019 por divergências com a cúpula da sigla. Naquele ano, o presidente tentou criar um novo partido, a Aliança Pelo Brasil, e chegou a articular a formação. No entanto, a criação da legenda não avançou pela falta de nomes na fase de coleta de assinaturas.
Nesta terça-feira, o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente e conhecido como 01, também ingressa no partido, além do ministro do Desenvolvimento Regional. No caso de Flávio, a entrada ao PL será a quarta legenda em sua carreira política, que foi eleito também pelo PSL em 2018. Nesse período, o senador chegou a se filiar ao Republicanos em março do ano passado, mas se transferiu de novo para o Patriota em maio deste ano.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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