Publicado 10/12/2021 20:52
Brasília - A Procuradoria-Geral da República (PGR) não vai mais arquivar o inquérito que investiga suposto pagamento de propina ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) nas obras da hidrelétrica de Belo Monte. A desistência acontece dois dias após o senador apresentar o relatório final da CPI da Covid, com pedido de indiciamento de Jair Bolsonaro.
Ao voltar atrás, a PGR alegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que houve um "equívoco de tramitação". A manifestação sigilosa foi assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, auxiliar de confiança do procurador-geral da República, Augusto Aras, além de ter uma boa relação com o senador Flávio Bolsonaro.
Em julho, a Polícia Federal indiciou Renan Calheiros por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O senador foi acusado de receber R$ 1 milhão da empreiteira como "contrapartida" pelo apoio político à aprovação de uma resolução que restringiu incentivos fiscais a produtos importados, beneficiando a Braskem, braço petroquímico do Grupo Odebrecht.
Renan Calheiros nega as acusações e atribui o indiciamento a um ato de "perseguição política" por seu trabalho na relatoria da CPI da Covid, que apura a gestão da pandemia. Quando o senador foi indiciado, em julho, o advogado Luís Henrique Machado, que representa o emedebista, disse que ele teve a vida "devassada" e que nunca foi encontrado "qualquer indício de ilicitude".
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