Ciro Gomes, presidenciável, foi alvo de uma operação da PF nesta quarta-feira, 15, por supostas irregularidades no CastelãoJosé Cruz/Agência Brasil
Publicado 15/12/2021 17:46
Ceará - Após a Polícia Federal deflagrar na manhã desta quarta-feira, 15, a Operação "Colosseum" para apurar fraudes e pagamento de propinas nas obras do estádio Castelão, em Fortaleza, o presidenciável Ciro Gomes, um dos alvos das buscas, afirmou que é vítima de uma "grande arbitrariedade" e a que a intenção é constrangê-lo e calar a sua boca. 
"Não há a menor dúvida que estou sendo vítima de uma grande arbitrariedade. A intenção é me constranger, calar a minha boca e abater a minha disposição de oferecer ao Brasil uma proposta, que começa dizendo que o Brasil não pode mais contemporizar com a corrupção", disse Ciro. 
Ciro é citado em uma investigação sobre supostas irregularidades nas obras da Arena Castelão, em Fortaleza, no Ceará, para a Copa do Mundo de 2014.
"Primeiro, o Castelão foi escolhido como o menor preço. Segundo, esse preço foi o menor do Brasil e de todos os estádios construídos no Brasil. Terceiro, nenhum delator, nem sequer na leviandade da delação premiada me acusou de receber qualquer tipo de vantagem ilícita. (...) E eu quero dizer que o delegado me arrolou como pessoa pública, e de novo, eu não era pessoa pública nenhuma", disse ele.
Em entrevista à Globonews, Ciro afirmou que uma "fração da Polícia Federal capitulou" ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e classificou a ação desta quarta-feira como uma violência contra ele e a família.
Mais cedo, ele havia falado sobre a influência do presidente na polícia e disse que o país se transformou em um 'estado policial'. "Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade", disse ele.
Na declaração, Ciro mencionou outra vez as supostas ligações entre o presidente Bolsonaro e a polícia. "O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim", afirmou.
De acordo com Ciro, a ação feita nesta quarta-feira, classificada por ele tardia e despropositada, tem o objetivo de tentar intimidá-lo e deter as denúncias que faz todo dia contra o atual governo.
"Esse governo está dilapidando nosso patrimônio público com esquemas de corrupção de escala inédita. Nunca me senti um cidadão acima da lei, mas não posso aceitar passivamente ser tratado como um subcidadão abaixo da lei. Sou um homem do embate, do combate e do Direito. Essa história não ficará assim. Vou até as últimas consequências legais para processar aqueles que tentam me atacar. Meus inimigos nunca me intimidaram e nunca me intimidarão. Ninguém vai calar a minha voz", finalizou.
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