Por monica.lima
A fruticultura foi a que mais teve ganhos no primeiro trimestre do ano%2C devido ao aumento dos preçosMatt Stroshane/Bloomberg

A desvalorização do câmbio, a partir do início deste ano, tem ajudado os agroexportadores brasileiros e traz boas expectativas para este setor da economia, o que mais cresce no país. O aumento nas vendas, de 2% no primeiro trimestre de 2014 frente ao mesmo período de 2013, combinado com um maior faturamento em moeda nacional fez com que o setor crescesse sua participação na balança comercial, chegando a uma representação de 45%. 

Os cálculos são dos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O faturamento das exportações do agronegócio em moeda nacional aumentou 9% no comparativo do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2013. O impulso veio da combinação de desvalorização do real de 11% em relação à cesta de moedas de seus principais parceiros comerciais com o aumento do volume exportado em 2%.

“A desvalorização cambial favoreceu o faturamento dos produtores e exportadores em moeda nacional. Mesmo recebendo menos dólares por tonelada, já que os preços, também em dólares, recuaram 4,8% no comparativo dos primeiros trimestres, ganhamos mais na troca, em faturamento em moeda nacional”, explica Andréia Adami, economista e pesquisadora do Cepea, que destaca ainda o aumento nos ganhos por causa do crescimento nas vendas. 

Na comparação trimestral, a soja em grão foi o produto que apresentou maior crescimento nos embarques: 101,27%. Outros setores que também tiveram aumento de volume foram a carne bovina (21,92%), óleo de soja (20,79%), café (10,5%), farelo de soja (12,20%), madeira (10,76%) e celulose (5,43%).

As carnes de aves se mantiveram estáveis no período, apresentando crescimento de apenas 0,24%. O destaque negativo em termos de redução nos embarques foi o setor sucroalcooleiro (queda de 46,45% no etanol e de 8,71% no açúcar). O milho também teve diminuição expressiva no período, de 37,19%. Suco de laranja, frutas e carne de suínos tiveram comportamento igual.

Apenas as frutas tiveram uma espécie de duplo ganho com a desvalorização cambial. O setor apresentou o melhor desempenho no trimestre, com aumento de 12,5% nos valores recebidos pelos exportadores. Andréia Adami explica que, possivelmente, a menor oferta de frutas no mercado internacional tenha feito disparar o preço do produto in natura.

Para os próximos meses do ano, os pesquisadores do Cepea esperam um aumento nas quantidades exportadas, principalmente dos produtos da soja. Isso porque, com o final da colheita da oleaginosa prevista para o segundo trimestre do ano, haverá mais disponibilidade do produto para embarque.

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