Por marta.valim

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 1%, de junho para julho deste ano, registrando a nona retração consecutiva. O Icec fechou em 108,4 pontos, alcançando nível mais baixo histórico, pelo terceiro mês consecutivo, na série ajustada sazonalmente. Os dados relativos ao Icec foram divulgados hoje pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Os dados da CNC apontam que, em relação a julho de 2013, o recuo chega a 7% - neste caso o décimo segundo consecutivo. Na mesma base de comparação, o maior ajuste se deu por meio do subíndice que avalia as expectativas (-8,8%). Em seguida, vieram as quedas nas avaliações das condições correntes (-5,9%) e nas intenções de investimentos (-5,4%). Entre os nove itens pesquisados, seis encontram-se atualmente no menor nível desde o início da pesquisa.

Na avaliação da CNC, “o crescimento moderado das vendas do comércio e o nível fraco de atividade em geral seguem comprimindo o grau de satisfação dos empresários com as condições correntes do setor e da economia e, para 70% deles, as condições econômicas atuais pioraram nos últimos 12 meses”.

A pesquisa indica ainda que, entre os nove itens que compõem o Icec, as condições correntes da economia e do setor são os que, atualmente, encontram-se nos níveis mais baixos. “A piora nas avaliações das condições correntes tem se alinhado a outros indicadores do nível de atividade, como, por exemplo, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que acumula alta de 0,9% em 2014 – taxa menor que a observada no mesmo período de 2013 (1,7%).

Em termos regionais, o Icec segue com avaliações predominantemente negativas (abaixo dos 100 pontos) nas cinco regiões do país, sendo Sul e Sudeste aquelas com os mais baixos níveis de satisfação (78,8 e 75,3 pontos, respectivamente).

A CNC ressalta, ainda, que pela segunda vez seguida os três componentes do subíndice que mede as expectativas alcançaram seus respectivos pisos históricos. “Dentre os 12 itens pesquisados pelo Icec, as perspectivas em relação à economia sofreram as maiores quedas tanto na comparação mensal (-3%) quanto na anual (-11,9%), comportamento que, de certa forma, acompanha o contínuo reajuste esperado para a economia brasileira ao longo do ano.

A entidade lembra que no segundo boletim semanal Focus do Banco Central, a mediana das expectativas em relação ao PIB recuou de 2,8% para 1% no intervalo de um ano e, com isso, “as expectativas para o setor também tiveram revisões significativas por parte dos entrevistados, com quedas de 1,3% em relação a junho e de 9,3% quando a comparação se dá com julho de 2013”.

Mesmo com a perspectiva de perda de fôlego da inflação no varejo no segundo semestre, a CNC revisou para baixo a projeção de crescimento das vendas do varejo em 2014 (4,4%) – patamar muito semelhante aos 4,3% registrados em 2013.

A queda de 7,8% sobre julho de 2013 na intenção de investimentos nas empresas foi a décima oitava consecutiva e levou o indicador ao patamar mais baixo da série histórica (102,3 pontos). “Além do nível fraco de atividade, o encarecimento do crédito tem desestimulado a concretização de investimentos no setor”, avalia a CNC.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio é indicador antecedente, apurado exclusivamente entre os tomadores de decisão das empresas do varejo e o objetivo é detectar as tendências das ações empresariais do setor, do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6 mil empresas situadas em todas as capitais do país, e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de 0 a 200 pontos.

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