Por douglas.nunes

O Fundo Monetário Internacional disse que o presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, não deveria reforçar o real, pois a maior economia da América Latina está estagnando e a inflação está acelerando.

Ajustando por inflação, a moeda do Brasil ficou de 5% a 15% mais forte do que “o implícito pelos fundamentos e políticas desejáveis” em 2013, disseram os economistas do FMI em um relatório de pesquisa publicado ontem. O real se valorizou 5,9% neste ano frente ao dólar, enquanto a inflação atingiu um pico de 13 meses e o crescimento econômico desacelerou.

O Banco Central disse no mês passado que estenderia até o fim de 2014 um programa de intervenção monetária destinado a impulsionar o real e restringir os preços para as importações. Após nove aumentos seguidos na taxa de empréstimos objetivada (taxa Selic), os responsáveis pelas políticas econômicas a mantiveram em 11% dia 16 de julho, pela segunda reunião consecutiva. O Banco Central não respondeu ontem às mensagens de e-mail e telefone que buscavam comentários.

A intervenção monetária é útil para acalmar mudanças bruscas nos fluxos de capital, “mas não deve ser utilizada para resistir às pressões cambiais que refletem alterações nos fundamentos econômicos”, escreveram os economistas do FMI.

O Banco Central tomou as medidas certas para desacelerar a inflação e proteger a moeda brasileira do impacto da redução do estímulo monetário nos EUA, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem quando questionado sobre o relatório do FMI.

‘Turbulência’

“O Brasil é sólido em relação à taxa de câmbio”, disse Mantega aos repórteres em Brasília. “Conseguimos passar pela turbulência causada pelo Fed”.

Para apoiar o real, o Brasil vendeu ontem US$ 198,7 milhões em swaps cambiais e renegociou contratos no valor de US$ 345,8 milhões. O Banco Central pretende continuar oferecendo US$ 200 milhões em swaps a cada dia útil, pelo menos até o fim do ano.

No México “não há motivos para alterar as definições atuais e planejadas das políticas”, de acordo com o FMI. As políticas monetárias do México utilizam as taxas de juros para alinhar a inflação à sua meta.

Embora o peso mexicano tenha se desvalorizado cerca de 6 por cento no ano passado, ele permanece em uma faixa consistente com os fundamentos econômicos, segundo o relatório do FMI.

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