Por marta.valim

Prepare-se para uma das mais longas expansões econômicas globais já registradas. Essa é a perspectiva do economista-chefe internacional do Morgan Stanley, Joachim Fels. Ele prevê uma recuperação da grande recessão que pode chegar a durar uma década, em parte graças ao dinheiro barato. Ontem ele emitiu uma previsão oposta à visão geral ao dizer que alguns bancos centrais do mundo manterão a flexibilização por mais tempo do que muitos estão apostando.

“Embora a expansão já dure cinco anos, ela poderia facilmente se estender por mais cinco”, escreveu Fels.

A má notícia está embutida na previsão: Fels diz que o crescimento fraco e a inflação estão obrigando as autoridades a manterem a mesma postura ou a analisarem a possibilidade de aplicar ainda mais estímulos. Ele reduziu sua projeção para o crescimento mundial neste ano dos 3,2% de junho para 3,1%. Ele prevê um crescimento de 3,5% em 2015 e de 3,8% em 2016.

“Em comparação com as expansões anteriores, o crescimento está certamente abaixo da média e deverá permanecer assim, apesar da recuperação projetada, mas novamente isso também poderia ajudar a que essa seja uma das mais longas expansões econômicas já registradas”, disse Fels. “O copo está meio cheio”.

O estímulo prolongado – seis anos desde que o desmoronamento da Lehman Brothers Holdings Inc. deixou o mundo em recessão – é uma das três razões que Fels enumera para afirmar que o período subsequente de crescimento deve quebrar recordes. As outras são que o mundo está dessincronizado, então as economias não correm o risco de superaquecer ao mesmo tempo, e que o afrouxamento persiste em todo o mundo, com a inflação abaixo da meta de muitos bancos centrais.

Desde meados da década de 1970 as expansões globais duraram de quatro a oito anos e, em média, seis anos.

Perspectiva minoritária

O Morgan Stanley é uma das quatro firmas consultadas pela Bloomberg News que preveem que o Fed se manterá no aguardo até 2015. A mais recente média das previsões dos economistas consultados indica que o Fed aumentará sua taxa de referência no terceiro trimestre do ano que vem. Apenas 26% dos economistas concordam com Fels em que o Banco do Japão flexibilizará novamente sua política no mês que vem.

Nos outros países, Fels vê 40% de chance de que o Banco Central Europeu de Mario Draghi compre bonds do governo. Apesar de que haverá aumentos de taxas no Reino Unido, na Nova Zelândia, no Canadá e na Austrália, eles serão limitados porque vão provocar a valorização de suas moedas, disse ele.

“O nível de crescimento e de inflação mais baixo do que em uma expansão normal e a abordagem mais acomodatícia dos bancos centrais devem provocar uma expansão mais longa”, disse Fels.

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