Por bruno.dutra

Rio de Janeiro - A inflação oficial brasileira desacelerou em outubro a 0,42% beneficiada pelos preços de alimentação e transportes, mas em 12 meses continuou acima do teto da meta do governo, dando munição para o Banco Central continuar elevando os juros.

No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 6,59% em 12 meses, após atingir 6,75% em setembro, maior patamar em três anos, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

A meta de inflação do Banco Central é de 4,5%, com banda de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Em setembro, o IPCA havia subido 0,57% na comparação mensal.

Pesquisa da Reuters mostrou que analistas esperavam alta mensal de 0,48% no mês passado e em 12 meses de 6,65%.

Segundo o IBGE, embora ainda mostrando inflação, os preços do grupo Alimentação e bebidas desaceleraram a 0,46% em outubro quando comparado com setembro, quando haviam subido 0,78%. O destaque ficou para os preços das carnes, cuja alta foi de 1,46% em outubro, ante 3,17%.

Já o grupo Transportes mostrou alta de 0,39% no mês passado, abaixo do 0,63% visto em setembro.

O BC elevou a Selic de forma inesperada na semana passada em 0,25%, para 11,25%. A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na quinta-feira, descreveu a inflação como elevada ainda, com dólar e preços administrados maiores.

Segundo o IBGE, os preços administrados subiram 0,38% em outubro, pouco diferente do avanço mensal de 0,40% do mês anterior. No acumulado de 12 meses, os administrados tinham inflação de 5,57 por cento.

As expectativas do BC são de que a inflação dos preços controlados será de 5,3% em 2014 e de 6% em 2015.

Em novembro, os preços administrados serão impactados pelo reajuste nos preços da gasolina e do diesel anunciado na véspera pela Petrobras, aumentando as chances de a inflação oficial fechar este ano estourando o teto da meta.

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