Por bruno.dutra
São Paulo - O setor industrial brasileiro iniciou 2015 com sinais de alguma força ao crescer em janeiro ao ritmo mais forte em um ano, com os volumes de produção e novos pedidos aumentando de forma simultânea pela primeira vez em dez meses, apontou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira.
O PMI apurado pelo Markit subiu a 50,7 em janeiro ante 50,2 em dezembro, nível mais alto desde que atingiu 50,8 em janeiro de 2014, e acima da marca de 50 que separa crescimento de contração pelo segundo mês seguido.
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Entretanto, o Markit ressaltou que a melhora foi "modesta e ficou abaixo da média de longo prazo", com o nível de empregos mantendo-se basicamente inalterado em janeiro.
A categoria de bens de consumo, a de melhor desempenho geral entre as três pesquisadas, foi a única a relatar criação de empregos no mês.
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O volume de novos pedidos recebidos pelo setor industrial como um todo em janeiro aumentou pelo segundo mês seguido, atingido o ritmo mais rápido em um ano, porém de forma moderada. Os pedidos do exterior também aumentaram pela segunda vez consecutiva.
O resultado disso foi o aumento da produção em janeiro, interrompendo quatro meses de contração com a taxa de crescimento mais forte desde dezembro de 2013. O destaque também foi a categoria de bens de consumo.
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A entrada de novos pedidos e o aumento da produção levaram as indústrias a aumentarem as compras em janeiro, mas diante da taxa de inflação mais forte de insumos em dez meses por causa da valorização do dólar, elas optaram por usar mais os seus estoques de pré-produção e de produtos acabados.
A indústria tem se mostrado um dos principais pontos fracos da economia brasileira, e a contração da produção em 2014 é dada como certa há tempos. Em novembro, último dado disponibilizado pelo IBGE, a produção recuou 0,7%, com desempenho pífio em todas as categorias.
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O setor vem encontrando dificuldades para deslanchar diante da inflação e juros elevados, mas assim como o PMI indicou alguma melhora, a confiança da indústria iniciou 2015 com alta de 1,9%, chegando ao maior nível desde junho, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV).