Por bruno.dutra
Rio - A produção industrial brasileira terminou 2014 com contração de 3,2%, no pior resultado anual em cinco anos, após recuar 2,8% em dezembro sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Na comparação com dezembro de 2013, a produção teve queda de 2,7%. Em 2013 a produção industrial havia subido 2,1%, enquanto em 2009 houve um recuo de 7,1%.
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A expectativa em pesquisa da Reuters era de que a produção registrasse recuo de 2,5% em dezembro sobre o mês anterior na mediana das projeções de 29 analistas, que foram de recuo de 0,4% a 3,2%.
Na base anual, a estimativa era de recuo de 2,4 por cento na mediana de 27 projeções, que variaram de queda de 0,3% a 4,0%.
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De acordo com o IBGE, a categoria com pior desempenho tanto no ano quanto em dezembro foi a de Bens de Capital, medida de investimento. Somente no mês passado ela registrou recuo de 23% sobre novembro, acumulando queda de 9,6% entre janeiro e dezembro pressionada principalmente pelo recuo na fabricação de equipamentos de transporte (-16,6%).
Já os Bens de Consumo Duráveis tiveram queda de 2,2% na produção em dezembro sobre o mês anterior, chegando a uma perda de 9,2% no ano passado com destaque para a redução na fabricação de automóveis (-14,6%) no período.
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Dos 24 ramos pesquisados, 17 apresentaram queda na comparação mensal, sendo as principais influências negativas veículos automotores, reboques e carrocerias (-5,8%), máquinas e equipamentos (-8,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,5%).
Já no ano o ramo com maior impacto negativo foi o de veículos automotores, reboques e carrocerias, com queda de 16,8%.
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A indústria foi uma das maiores fontes de fraqueza da economia brasileira no ano passado, e continua enfrentando dificuldades neste início de ano diante do ambiente de inflação e juros elevados, que encarece os empréstimos, além da baixa confiança de empresários.
As projeções de economistas na pesquisa Focus do Banco Central para o setor em 2015 vêm caindo, e a estimativa agora é de crescimento de apenas 0,5%, com a economia como um todo estagnada.
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O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) aponta que o setor iniciou 2015 com alguma força ao crescer em janeiro ao ritmo mais forte em um ano, mas o Markit, que compila a pesquisa, ressaltou que a melhora foi apenas modesta e abaixo da média de longo prazo.
A recuperação da confiança é um dos principais objetivos do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que vem buscando colocar as contas públicas em ordem.