Por diana.dantas

Brasília - A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 2,842 bilhões de no mês passado, pior resultado para meses de fevereiro da série histórica, iniciada em 1980, influenciada por queda nas exportações em todas a categorias de produtos, com destaque para minério de ferro, petróleo, soja e componentes automotivos, informou nesta segunda-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O resultado veio pior do que o esperado pela mediana dos especialistas consultados pela Reuters, com projeção de déficit de US$ 2,2 bilhões.

Em janeiro, a balança comercial havia registrado déficit de US$ 3,174 bilhões.

No mês passado, as exportações somaram US$ 12,092 bilhões, com queda de 15,7% em relação a igual mês do ano passado, por quedas nas vendas em todas as categorias de produtos: básicos, semimanufaturados e manufaturados. Entre as principais retrações estão minério de ferro (-35,7%), soja (-72,2%), petróleo (-5,5%) e açúcar em bruto (-44,6%) e autopeças (-12,2%).

No acumulado do ano, os embarques feitos pelo país somam US$ 25,796 bilhões, 13,1% abaixo de igual período de 2014 pela média diárias das operações.

As importações, por sua vez, ficaram em US$ 14,934 bilhões em fevereiro, com recuo de 8,1% em relação a fevereiro do ano passado com menos compras no exterior dos itens de combustíveis e lubrificantes (-20,3%), bens de capital (-8,0%), bens de consumo (-6,8%) e matérias-primas (-3,0%).

No ano, a importações estão em US$ 31,812 bilhões, 10,2% menores ante os dois primeiros meses de 2014 pela média diária das operações.

Com isso, o com saldo comercial do primeiro bimestre ficou negativo em US$ 6,016 bilhões de dólares. No mesmo período do ano passado, o déficit era de US$ 6,196 bilhões.

A balança comercial segue este ano prejudicada pelo baixo valor das commodites, perda de dinamismo das exportações de manufaturados e por menores exportações para a Argentina.

A valorização do dólar ante o real pode melhorar o desempenho das exportações, mas autoridades e especialistas em comércio exterior avaliam que assim como um dólar mais valorizado, é necessário também a estabilização no câmbio para permitir planejamento das operações de vendas no exterior.

A fraqueza da balança comercial segue como um dos principais fatores da deterioração das contas externas do país. Em janeiro, a conta transações correntes do balanço de pagamentos registrou déficit de US$ 10,7 bilhões e o Banco Central projeta para fevereiro saldo negativo de US$ 6,4 bilhões.

Em um revés para o comércio exterior, mas a fim de conter renúncia fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou redução do benefício tributário Reintegra para o setor exportador. Com isso, a alíquota de crédito tributário sobre as vendas de produtos no exterior passou a 1% ante 3% para os anos de 2015 e 2016.

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