Por monica.lima
O Instituto Lula pretende montar um grupo em Brasília com políticos ligados ao ex-presidente para fazer a interlocução com aliados, movimentos sociais e governoDivulgação

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva briga hoje para manter sua ascendência no PT por meio de uma articulação com os movimentos sociais. Com o poder à frente da Presidência da República, Dilma Rousseff - de acordo com a avaliação de um dirigente petista de São Paulo ligado à corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) -, estaria criando “um novo PT”, sobre o qual Lula teria menos controle. O ex-presidente ficou isolado, dizem esses petistas. No “novo PT”, emergiu a figura do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, hoje o homem-forte do governo, bastante criticado por membros da CNB. A agenda de Lula tem privilegiado encontros com líderes de movimentos sociais nas últimas semanas.

O ex-presidente visitou, por exemplo, a escola de formação do MST (Movimento dos Sem Terra), o grupo Cooperifa, que organiza saraus na periferia paulistana, e uma feira da comunidade boliviana, no Centro de São Paulo. Por meio do Instituto Lula, ele tem procurado fortalecer novamente os laços do PT com o MST e o movimento sindical tido como “autêntico”, dos quais Dilma teria se distanciado. O “novo PT” da presidenta estaria privilegiando ações e parcerias com federações de mulheres ou de agricultores, por exemplo, sem inserções na base petista. Para fortalecer seus propósitos, o Instituto Lula também pretende montar um grupo em Brasília com políticos ligados ao ex-presidente para fazer a interlocução com aliados, movimentos sociais e o próprio governo. Ele atuaria como um comitê de crises para ajudar a direção nacional do PT.

O que falam de mim são calúnias

Quando o então secretário de Cultura da Prefeitura de São Paulo Juca Ferreira se licenciou do cargo, em dezembro último, circularam informações de que ele estaria com sérios problemas de saúde. Segundo os comentários, Juca não continuaria na prefeitura nem iria para o ministério. Ontem, na posse do novo secretário de Cultura paulistano, Nabil Bonduki, ele garantiu que tudo não passou de intrigas. “São coisas dos meus inimigos, de gente que teve interesses contrariados quando fui ministro na primeira vez”, disse Juca. Sobre sua antecessora no ministério, a senadora Marta Suplicy, ele informou que não fará mais qualquer comentário.

Ele não desiste

O ex-senador Eduardo Suplicy, agora secretário de Direitos Humanos na Prefeitura de São Paulo, disse que ainda espera ser recebido pela presidenta Dilma para falar sobre seu projeto de renda básica. Dilma nunca o atendeu em audiência. “Espero que ela me atenda como secretário”, diz.

Militar de farda vermelha

Depois de causar polêmica dentro de seu partido ao defender um “oficial-general” no Ministério da Defesa, o deputado federal Cabo Darciolo (PSOL-RJ) divulgou uma nota para afirmar que é de esquerda. Evangélico, o militar diz que tem “o maior dos socialistas, Jesus Cristo” como principal referência. Afirma que jamais apoiaria “golpe, ditadura e tortura” e cita militares “presos, torturados e cassados” no pós-64. Diz se espelhar em militares como Carlos Lamarca e Luiz Carlos Prestes.

Nomes que se repetem

O promotor José Carlos Blat diz que muitos nomes citados na investigação do cartel dos trens de São Paulo se repetem na investigação em que o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Robson Marinho, é acusado de ter recebido propina da Alstom em contratos com as então estatais Eletropaulo e ETPE . A Justiça bloqueou R$ 280 milhões da multinacional e da família de Marinho, que é fundador do PSDB e chefiou a Casa Civil do ex-governador Mario Covas.

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Com Leonardo Fuhrmann

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