Por monica.lima
Luiz Fachin foi indicado ao Supremo pela presidenta Dilma RousseffAgência Brasil

Fatos novos contribuíram para ameaçar a aprovação de Luiz Fachin para o Supremo. O pedido da Polícia Federal ao tribunal para quebrar o sigilo do presidente do Senado, Renan Calheiros, foi um deles. A aprovação da PEC da Bengala, que retarda a aposentadoria dos ministros do tribunal em cinco anos, também.

No primeiro exemplo, sempre que a Operação Lava Jato é fortalecida - como no episódio da quebra de sigilo -, os políticos reagem mal, vislumbram um conluio entre o Palácio do Planalto, a Justiça e o Ministério Público para constrangê-los. No caso da PEC da Bengala, o resultado foi o enfraquecimento dessa relação, que esterilizou o poder da presidente Dilma para nomear ministros do Supremo. No Senado, não é segredo que Renan sente-se ameaçado pelo procurador Rodrigo Janot e teria motivos para se aborrecer com sua recondução ao cargo, em setembro. A reprovação de Fachin seria uma boa preliminar desse evento político, que também depende da concordância do Senado. Renan e os senadores que não concordam com a indicação de Dilma ganharam outra chance de mostrar seus músculos. Teriam poder para tanto? O presidente do Senado é um líder forte, presta muitos favores, facilita a vida de muitos colegas. Mas teria que ser muito discreto, arrastar votos da oposição, contar com a colaboração de lideranças, entre elas a de seu partido. Não é uma tarefa fácil, embora o voto seja secreto e a presidente faça pouco para conquistar a simpatia dos senadores. O que facilita uma eventual operação anti-Fachin é fato de que, exceto Dilma, ninguém perde com rejeição dele, o que barateia o custo de uma operação para barrá-lo.

Contra a violência

O senador Jorge Viana (PT-AC) terá que dobrar a resistência de seu colega Magno Malta (PR-ES) à proposta de acelerar a votação do Código Penal enviando o projeto direto ao plenário. Malta quer analisar melhor o tema e recolhe assinaturas contra. Relator da matéria, Viana tem pressa sob o argumento de que a escalada de violência exige leis mais atuais para combatê-la. Nos próximos dias fechará um acordo com Malta para dar mais 30 dias para a discussão.

Os três PMDBs

Há três PMDBs em luta constante no Congresso - do S (Senado), da C (Câmara) e da VP (Vice-Presidência). O terceiro tem uma aliança tática com o segundo, e este, às vezes, se aproxima do primeiro. Dificilmente os três atuam alinhados. Se acontecer, aí, sim, a vida seria um inferno para a presidente Dilma.

Mais inovação

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) prepara-se para fazer muito barulho na presidência da Comissão de Ciência e Tecnologia. Redige um conjunto de leis que ponha a inovação no centro do debate, essencial para tirar o país do descompasso tecnológico com o mundo desenvolvido. Quer estimular a universidade a trabalhar com os empresários, transformar o BNDES num agente do processo e criar uma Lei Rouanet para incentivar investimentos privados em inovação.

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