Por monica.lima
Senador Romero JucáFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A primeira reação do mercado à proposta do senador Romero Jucá de reduzir o superávit primário de 1,1% para 0,4% não foi boa. Se ela prosperar, o desgaste do ministro Joaquim Levy se acentuará, principalmente entre aqueles que souberam que sua proposta original para a presidente Dilma era de 2% para este ano. Ficará exposto um cálculo excessivamente otimista, atropelado pela recessão que derreteu a receita. Se não houver outra saída, a oposição vai tirar proveito da situação atacando a imperícia da projeção. As primeiras impressões dos políticos dizem que a proposta agrega mais lenha à crise. Só a base poderá nutrir alguma simpatia pela ideia, que significaria aívio no aperto monetário e mais disponibilidade de recursos para candidatos a emendas.

É diferente

Os advogados estão longe de um consenso sobre os desdobramentos das ações que tramitam no TSE e no TCU contra o governo. No caso do TSE, a maioria das análises toma por base exemplos de governadores, quando a situação de um presidente da República é tratada com regra especifica.

Mico dos 59,5%

Termina no dia 21 o prazo para a presidente Dilma decidir o que fazer com o projeto que concedeu aumento médio de 59,5% aos servidores do Judiciário. Não há alternativa a não ser o veto, mas o Planalto está sem proposta alternativa.

A data coincide com reunião entre o governo e representantes dos servidores públicos federais. Eles recusam 21% em quatro parcelas e têm outras reivindicações além de salários.

Papo aranha

A conversa entre PMDB e PSDB sobre o que fazer se a crise resultar no pior é penosa para os dois mais importantes interlocutores. Para o parlamentarista Eduardo Cunha, presidente da Câmara, interessa a preservação de Michel Temer; ao presidencialista Aécio Neves convém outro desfecho. Eles não podem ficar parados porque é forte a pressão dos grupos mais ansiosos de seus partidos.

Bem devagar

Avaliação do setor privado antecipa um segundo semestre ainda mais duro. A taxa de desemprego do IBGE (6,7%) poderá escalar dois dígitos por causa do travamento de várias áreas. O governo está gastando menos, o pagamento de obras tem atrasado, o juro se mantém alto e logo as empresas terão seus custos elevados por causa dos cortes na desoneração. Além disso, as forças que puxam a economia - consumo das famílias, investimentos e exportação - não reagem bem.

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