Wellington Moreira Franco foi preso na manhã de ontem em cumprimento ao mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Ex-governador do Rio e ex-ministro dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, ele foi abordado por agentes da Polícia Federal depois de desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, vindo de Brasília.
Conforme as investigações do Ministério Público Federal, Moreira Franco, assim como os outros oito presos, entre eles Michel Temer, é acusado de crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, em razão de possíveis pagamentos ilícitos feitos por determinação do delator José Antunes Sobrinho, dono da Engevix, para o grupo liderado pelo o ex-presidente, bem como de possíveis desvios de recursos da Eletronuclear para empresas indicadas para o grupo.
O MPF aponta que o grupo praticou diversos crimes envolvendo variados órgãos públicos e empresas estatais, tendo sido prometido, pago ou desviado mais de R$ 1,8 bilhão em benefícios dos envolvidos. A investigação mostra que diversas pessoas e empresas ligadas ao ex=presidente Michel Temer continuam recebendo e movimentando valores ilícitos, além de permanecerem ocultando valores, inclusive no exterior.
Em notal, a defesa do ex-governador do Rio e ex-ministro Wellington Moreira Franco afirmou que "causa estranheza" o decreto de prisão contra ele "vir de juiz de direito cuja competência não se encontra ainda firmada, em procedimento desconhecido até aqui".
O escritório Moraes Pitombo Advogados, que representa Moreira Franco manifestou "inconformidade" com o decreto de prisão cautelar do ex-ministro. "Afinal, ele encontra-se em lugar sabido, manifestou estar à disposição nas investigações em curso, prestou depoimentos e se defendeu por escrito quando necessário", informou o comunicado.
O MDB, por sua vez, divulgou nota para criticar a prisão do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco, que chamou de irregular. "O MDB lamenta a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República, Michel Temer, e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa", informou a nota.
CARREIRA POLÍTICA
Nascido em Teresina, no Piauí, em 1944, Wellington Moreira Franco iniciou a vida pública em 1974, quando foi eleito deputado federal pelo antigo MDB fluminense. Em seguida, em 1977, o político assumiu a cadeira de prefeito de Niterói. Em 1986, após convenção estadual do PMDB, ele venceu o senador Nelson Carneiro e foi indicado para concorrer ao governo do Estado do Rio. Na eleição daquele ano, derrotou Darcy Ribeiro, do PDT, por 49,4% contra 35,9% dos votos e tomou posse como governador em 15 de março de 1987.
Após deixar o governo do Estado do Rio, Moreira Franco voltou a Brasília, quando foi eleito deputado federal, em 1994. Ele ficou na Câmara dos Deputados por três mandatos seguidos. Em 2008 passou a ocupar a vice-presidência de Fundos e Loterias da Caixa Econômica Federal. Em seguida, o político ocupou os ministérios da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e da Secretaria de Aviação Civil (SAC), de Dilma Rousseff, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, de Michel Temer.
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