Brasília - Os alunos com notas baixas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) poderão ser punidos pelo Ministério da Educação. Ontem, o ministro da pasta, Abraham Weintraub, apresentou a proposta e defendeu que o aluno que acertar 10% na prova não deveria ter o direito de se formar. Weintraub também afirmou acreditar que quem acerta menos de 20% das questões das provas quer "sabotar" o exame, que avalia cursos de Ensino Superior. O anúncio foi feito ontem durante a apresentação dos resultados do Enade.
"Uma pessoa que faz a prova e acerta 10% das questões não deveria se formar", afirmou Weintraub.
O governo estuda mudar o edital do exame já para o ano que vem para poder divulgar os melhores resultados, como forma de incentivo para quem se empenhar durante o exame, segundo Alexandre Ribeiro Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enade.
"A gente quer divulgar quem foram os alunos que tiveram melhor resultado por curso como forma de incentivo para que eles busquem ficar entre os melhores, para colocar isso no currículo", declarou Lopes.
Atualmente, apenas os próprios estudantes têm acesso às notas individuais. A intenção é divulgar aqueles com melhores desempenho por faixa, ou seja, por exemplo, aqueles que acertaram de 60% a 80% da prova e aqueles que acertaram entre 80% e 100% da avaliação.
O ministro da Educação lembrou que hoje só há punição para quem não faz a prova, que é o atraso na colação de grau, e, ainda, disse que há uma série de medidas sendo pensadas para melhorar a adesão ao exame.
"Se a pessoa não acerta 20% na prova, ela tem desempenho pior que o aleatório. É muito ruim. A gente gostaria que essa pessoa não pudesse se formar, mas para isso precisa mudar a lei", afirmou o ministro da Educação. "A gente tem uma série de sugestões, tudo vai passar pelo Congresso", disse o ministro Weintraub.
Resultados de 2018
O Enade é uma prova aplicada pelo governo federal que avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação, concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos em que estão matriculados.
Segundo dados do Enade 2018, só 3,3%, o que corresponde a 240, do universo de 7.276 cursos de instituições particulares tiveram conceito 5. Enquanto as universidades públicas, a taxa foi mais alta e registrou 20,3% do total de 1.244 cursos de instituições gratuitas das redes federal, estaduais e municipais.
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