Após se sentir pressionado com a repercussão dos vídeos de convocação a manifestações anti-Congresso marcada para 15 de março, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite de quinta-feira, durante uma live, que não vai renunciar ao cargo. Na transmissão, ele mudou a versão e declarou que se tratava de um vídeo de 2015, mesmo contendo imagens posteriores ao ano mencionado, como o episódio da facada que sofreu em 2018, em Juiz de Fora (MG). Ele, ainda, disse que está sob ataque da imprensa e atribuiu isso à diminuição de verbas do governo para publicidade.
"Não vou renunciar ao meu mandato, não vou dar dinheiro para imprensa. Eu acredito que estou fazendo um trabalho bom, na medida que eu posso. Parece que não posso mudar nada", afirmou Bolsonaro na live.
Antes, o presidente havia respondido às críticas afirmando se tratar de "troca de mensagens de cunho pessoal, de forma reservada".
A propagação do vídeo de Bolsonaro também repercutiu em outras esferas. Isso porque o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, determinou a apuração de um post do juiz do Trabalho Rui Ferreira dos Santos em que faz críticas ao vídeo da convocação contra o Congresso Nacional. A ordem ocorreu sem nenhuma provocação ou pedido anterior de investigação.
De acordo com Martins, a manifestação do magistrado nas redes sociais com críticas ao vídeo compartilhado pelo presidente poderia ser visto como conduta "político-partidária", vedada pela Constituição Federal. A determinação do ministro dá prazo de 60 dias para apuração do caso e a apresentação dos fatos à Corregedoria Nacional de Justiça.