Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, e Jair Bolsonaro, presidente da República  - Marcos Correa
Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, e Jair Bolsonaro, presidente da República Marcos Correa
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasil - Apoiadores influentes do presidente Jair Bolsonaro se calaram nas redes sociais durante a maior parte da fala de Sergio Moro, na qual o ex-juiz da Lava Jato anunciou sua demissão do cargo de ministro da Justiça e da Segurança Pública e acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.

No fim da fala de Moro, as reações vieram com divergências: houve quem criticasse Moro, quem reafirmasse apoio ao presidente e quem dissesse que estava deixando de sustentar o governo.

Entre os que escolheram a fidelidade ao presidente da República está o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), que publicou na última quinta-feira em seu Twitter que a demissão de Moro não aconteceria. "Me garantiram que não pediu demissão e foi verdade. Hoje é outro dia. #FechadoComBolsonaro". Usuária seguida no Twitter pelo próprio Bolsonaro, Angel Brasil disse que deixa de seguir Moro e atribuiu o pedido de demissão a "puro capricho". Não é Superman, não. Decepção", tuitou Angel.

Outro perfil bolsonarista seguido por Bolsonaro, Tony Stark Patriota classificou como "estranhas" as declarações de Moro. "Nunca vi um juiz sair atirando assim. Muita vaidade envolvida. Estou muito triste com a saída do Moro, mas votei no Jair Bolsonaro".

Um perfil identificado como Cristiana Menshova, que também tem o presidente da República entre seus seguidores, reafirmou apoio a Bolsonaro: "Votei em Bolsonaro, continuarei apoiando o Governo até o fim! Moro foi importante na história do País, não tenho dúvidas e ainda o admiro! Mas continuo com o Presidente, saia quem sair, fique quem ficar!"

O blogueiro bolsonarista Ítalo Lorezon tuitou que "quem abandonar Bolsonaro não o trocará por Moro, mas por Mourão", em referência ao vice-presidente da República, constantemente alvo de ataques por parte dos simpatizantes do presidente. Lorenzon também escreveu que "Moro já está em campanha".

A advogada da família Bolsonaro, Karina Kufa, escreveu aos seus quase 40 mil seguidores no Twitter que pode afirmar que "Jair é honesto e quer o bem do País". O deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ) lamentou a decisão de Moro, mas escreveu que "mais lamentável ainda é a maneira como saiu".

Apoiador influente de Bolsonaro, o escritor Xico Graziano foi lacônico: "Se o Sergio Moro sai, saio junto", tuitou, marcando o usuário do agora ex-ministro da Justiça. Depois, escreveu que Moro "será o próximo presidente da República" por ser o "candidato da união nacional contra a corrupção e pela decência na vida pública".

O pastor Silas Malafaia criticou Bolsonaro. Disse que apesar de ser "aliado do presidente", não é "alienado" e que faltou a Bolsonaro "habilidade política nessa hora". "Sei que é atribuição do presidente nomear diretor da PF, só que ele deu a Moro carta branca. Inadmissível", publicou o líder evangélico.