Sergio Moro - Marcelo Camargo / Agência Brasil
Sergio MoroMarcelo Camargo / Agência Brasil
Por O Dia

A revelação sobre trocas na equipe do Gabinete de Segurança Institucional antes da abrupta sucessão de mudanças na Polícia Federal (PF) e de sua própria renúncia deu munição para o ex-ministro Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, reforçar a acusação de tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na PF.

A defesa de Moro diz que os "fatos levam à inevitável conclusão" de que a manifestação de Bolsonaro na reunião ministerial de 22 de abril, sobre a troca na "segurança do Rio", se refere à Superintendência da Polícia Federal fluminense.

O advogado do ex-ministro da Justiça, Rodrigo Sánchez Rios, diz ainda que "aguarda respeitosamente" a divulgação do vídeo da reunião no Palácio do Planalto — peça-chave do inquérito Moro contra Bolsonaro — na qual, segundo ele, "as intenções das alterações na Polícia Federal ficarão ainda mais evidenciadas".

A decisão final pelo levantamento do sigilo será tomada na próxima semana, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.

Em nota divulgada ontem, Moro faz alusão à reportagem do 'Jornal Nacional', da TV Globo, exibida na sexta, que revelou que o presidente não enfrentou problemas para fazer mudanças no GSI, colocando em xeque a versão de Bolsonaro, de que estava agastado com sua segurança pessoal - missão do gabinete - e que não se referia à PF quando reclamou na reunião ministerial.

"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira", disse Bolsonaro na reunião, conforme transcrição encaminhada ao Supremo pela Advocacia-Geral da União (AGU).

Conforme revelado pelo 'JN', em 26 de março, quase um mês antes da reunião de abril, o general André Laranja Sá Correa, diretor do Departamento de Segurança Presidencial do GSI, foi promovido por Bolsonaro para comandar a 8ª Brigada de Infantaria Motorizada. Seu cargo foi ocupado por Gustavo Suarez. Outra troca ocorreu no Rio: o tenente coronel Rodrigo Garcia Otto assumiu a chefia do GSI no estado.

 

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