Uma das pessoas ofendidas, em áudio vazado do presidente da Fundação Palmares, foi Adna Santos, a Yalorixá Mãe Baiana de Oyá, coordenadora de Políticas de Promoção e Proteção da Diversidade Religiosa da Secretaria de Justiça do Distrito Federal. A líder religiosa foi xingada por Camargo de "filha da p.", "macumbeira" e "miserável".
Mãe Baiana esteve na manifestação e disse que o ato era de paz. "Esse ato é pacífico porque nós somos um povo de paz. É importante dizer para quem falou que nós não somos vagabundos", disse. "Somos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, são entidades negras que estão aqui, vidas negras importam."
Os manifestantes fizeram um minuto de silêncio e soltaram 200 balões em memória de pessoas negras mortas e brasileiros vítimas da covid-19. O grupo levou cartazes com nome da vereadora assassinada Marielle Franco e do menino Miguel Otávio, de 5 anos, que morreu ao cair de um prédio de luxo no Recife, enquanto estava aos cuidados da patroa.
Camargo é denunciado por injúria
A mãe de santo Adna Santos denunciou Sérgio Camargo por injúria. Questionada sobre a expectativa de medidas da Justiça, Mãe Baiana afirma que acredita na Justiça brasileira. "Eu fiz minha parte, agora, cabe às autoridades".
Nos áudios da reunião com servidores, sob o argumento de que suas opiniões refletem 'liberdade de expressão', Camargo mais uma vez criticou Zumbi dos Palmares, que dá nome à autarquia. Os xingamentos não passaram despercebidos pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, que encaminhou ofício à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão pedindo abertura de investigação.