Segundo o MP estadual, Alckmin recebeu R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht na campanha eleitoral de 2010 e outros R$ 9 milhões quando disputou o pleito em 2014. O ex-governador foi indiciado na semana passada pela PF por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois eleitoral. O ex-governador disse que a denúncia é infundada e não encontra suporte nos fatos. Por meio de sua defesa, o político tucano se disse inocente.
Mas inocente ou não, o ex-governador pediu para deixar a coordenação da campanha à reeleição do prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB). A saída foi anunciada pelo próprio Covas, em entrevista coletiva. "Acredito na inocência do ex-governador Geraldo Alckmin", disse Covas. Em seguida, ele afirmou que Alckmin deixou a vida pública após 42 anos com um "patrimônio menor do que tinha quando iniciou suas atividades". O governador de SP, João Doria, chegou a afirmar que o caso de Alckmin não afetaria a campanha.
Justiça comum
O STJ decidiu, em maio, que o processo que apura irregularidades na construção da Cidade Administrativa de Minas, no governo de Aécio Neves, será julgado pela Justiça Estadual. A investigação da Polícia Federal apontou que o prejuízo aos cofres públicos totalizaram quase R$ 747 milhões.
Aécio Neves é acusado, junto com outras onze pessoas, de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, cartel e fraude a licitação. O deputado nega as acusações. Os onze indiciados ao lado de Aécio Neves são representantes das empreiteiras envolvidas.
Ainda segundo o relatório da PF, há indícios de desvio de recursos públicos através de contratações fictícias, cujas prestações de serviços não foram executadas na obra.
O jovem governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, avalia que as acusações envolvendo Serra e Alckmin devem ser apuradas. "Honestamente, o currículo e a história do ex-governador Geraldo Alckmin me fazem ter nele a convicção e a confiança que esses assuntos se esclarecerão, assim como o senador José Serra oferecerá o seu esclarecimento", afirmou no programa Roda Viva, da TV Cultura.
Mas no caso de Aécio Neves, ele defende que o deputado passe pela Comissão de Ética após ter sido gravado pedindo R$ 2 milhões ao dono da JBS em 2017. "Eu defendi e continuo defendendo que a questão que envolve o deputado Aécio Neves merece Comissão de Ética", afirmou o governador.