Publicado 27/01/2021 12:43 | Atualizado 27/01/2021 12:43
Uma batalha está sendo travada neste momento em torno das vacinas contra a covid-19. Empresários de setores diversos se articularam para propor a compra privada dos imunizantes, com a condição - sugerida por eles - de doar metade de tudo que for comprado para o SUS. A ideia é permitir que a iniciativa privada faça paralelamente ao SUS a vacinação - seguindo todos os protocolos sanitários, e sob a coordenação de equipes médicas - para acelerar e aumentar o número de vacinados no Brasil.
Estão em jogo 33 milhões de doses, que a AstraZeneca diz não ter, que seriam divididas meio a meio. De um lado há quem deseje que apenas o governo cuide do problema da pandemia e controle a distribuição de vacinas. Do outro lado, grupos que defendem a compra pela inciativa privada, com acesso a mais vacinas além das que o governo consegue.
A proposta dos empresários não exclui o governo do controle de qualidade e de procedimentos. Entre as objeções está a exigência das validações sanitárias (Anvisa), o respeito às normas legais e a existência de critérios objetivos na ordem da vacinação. Outro cuidado, legítimo para os empresários, é que a inciativa privada não tente adquirir as vacinas que o governo quer.
A doação de metade das vacinas para o SUS aceleraria o andamento da fila sem custo para o governo. A outra metade, ainda que atinja a grupos específicos, também imunizaria brasileiros e ajudaria na retomada da economia, raciocinam os empresários. Se de fato a inciativa privada tem condições de trazer mais vacinas, teme-se que isso não possa ser desprezado ou descartado por razões políticas ou ideológicas.
Para o grupo de empresários, o governo acertaria ao dar a chance de tentar ajudar o país. Se não conseguirem, pensam, o país ficará no mesmo ponto. Mas se tiverem sucesso o Brasil terá uma quantidade de vacinas que pode acabar com o colapso dos hospitais.
‘Terceirização’ do imunizante
Para o grupo de empresários, o governo acertaria ao dar a chance de tentar ajudar o país. Se não conseguirem, pensam, o país ficará no mesmo ponto. Mas se tiverem sucesso o Brasil terá uma quantidade de vacinas que pode acabar com o colapso dos hospitais.
‘Terceirização’ do imunizante
Após defender medicamentos sem eficiência cientificamente comprovada, o presidente Jair Bolsonaro apoiou uma espécie de “terceirização” do imunizante. Ontem, Bolsonaro disse que o governo federal apoia a iniciativa de empresários de importar, por conta própria, vacinas contra a covid-19 para imunizar seus funcionários.
“Semana passada nós fomos procurados por um representante de empresários e nós assinamos carta de intenções favorável a isso, para que 33 milhões de doses da Oxford viessem do Reino Unido para o Brasil, a custo zero para o governo. E metade dessas doses, 16,5 milhões, entrariam aqui para o SUS e estariam então no programa nacional de imunização — seguindo aqueles critérios — e outros 16,5 milhões ficariam com esses empresários para que fossem vacinados, então, os fossem vacinados, então, os economia não parasse”, afirmou o presidente em uma live do banco Credit Suisse.
Leia mais
Comentários