Por diana.dantas

Brasília - A presidente Dilma Rousseff confirmou na noite desta quarta-feira que o ex-ministro das Relações Institucionais Pepe Vargas assumirá a Secretaria de Direitos Humanos no lugar de Ideli Salvatti, de acordo com comunicado do Palácio do Planalto.

Na nota, Dilma agradeceu "o empenho, a lealdade e a competência da ministra Ideli Salvatti, que deixa o cargo". Não havia mais informações sobre o futuro de Ideli.

Mais cedo nesta quarta-feira, Vargas disse durante entrevista coletiva que aceitou o convite de Dilma, mas acrescentou, após um telefonema durante o encontro com a imprensa, que a efetivação da mudança dependia da presidente.

Logo no ínicio de entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Vargas disse ter recebido convite de Dilma para assumir os Direitos Humanos e afirmou que o aceitou.

"A presidenta Dilma me convidou para ir para a Secretaria de Direitos Humanos... A presidenta insistiu em querer que eu permanecesse na sua equipe", disse Vargas no início da coletiva.

"Dentro dos meus valores, eu acredito que não se deve dizer não a um pedido da Presidência da República para ajudar o Brasil."

Após cerca de três minutos de declarações, o ex-chefe da SRI interrompeu a entrevista para atender a um telefonema. Na volta, ponderou que sua ida à nova pasta precisaria ser oficializada por Dilma em nota oficial.

"É importante dizer que a presidenta não confirmou essa questao da SDH. Não houve um comunicado oficial em relação a isso", ponderou.

Indagado pelos repórteres se o telefonema que interrompeu a entrevista partiu de Dilma, Vargas disse apenas que a ligação havia sido solicitada por ele e, por isso, precisava atender.

O ministro argumentou ainda, ao ser questionado, que o governo não ficou "refém" do PMDB ao transferir à sigla a tarefa de coordenar a articulação política. Na terça-feira, por meio de nota, o Planalto transferiu a atribuição da coordenação da articulação, até então tocada pela SRI, ao vice-presidente Michel Temer.

"O PMDB é um partido grande, é um partido que tem mais de 60 deputados, 18 senadores, preside a Câmara, preside o Senado. O governo trabalha com essa realidade, inclusive, porque o PMDB faz parte do governo."

Ao dizer que a presidente decidiu "entregar a articulação política para o PMDB", o ex-ministro reconheceu que ficou sabendo de sua saída do cargo pela imprensa mas negou que tenha ficado alguma mágoa com o episódio.

Dilma havia sondado o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, para substituir Vargas na articulação política do governo, mas o convite foi recusado, sob alegações de questões pessoais.

A presidente optou, então, por incorporar a SRI à Vice-Presidência e por colocar Temer, que também é presidente do PMDB, à frente da interlocução com o Congresso Nacional.

Maior partido da coalizão que apoia Dilma, o PMDB já tem os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. O partido tem sido a principal fonte de dores de cabeça para o Executivo no Congresso Nacional.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello, com reportagem adicional de Nestor Rabello)

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