Em Cabo Frio, visitação ao histórico Forte São Mateus é uma boa pedida - Divulgação
Em Cabo Frio, visitação ao histórico Forte São Mateus é uma boa pedidaDivulgação
Por Juarez Volotão
Cabo Frio - Um dos setores mais afetados pela pandemia do coronavírus, sem dúvidas, é o ramo hoteleiro. Em Cabo Frio, destino turístico de milhares de pessoas, essa realidade não é diferente. Contando com um total de 160 meios de hospedagem, como hotéis e pousadas, e 6 mil leitos, a rede amargou no período de quarentena (20 de março a 30 de junho) a mísera taxa de 3% de ocupação, com 98% dos hotéis fechados. O resultado dessa crise sem precedentes, e inesperada, foi a demissão de 70% dos funcionários, totalizando milhares de pessoas sem emprego.
Cabo Frio planeja a retomada gradual dos meios de hospedagem, segundo o Gabinete de Gestão e Crise, a Prefeitura da cidade e o Ministério Público, para o dia 15 de julho, notícia divulgada nesta semana e que já vem sido comemorada pelos empresários do ramo hoteleiro. 
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'Vamos abrir com apenas 40% da capacidade. Não sabemos como será o movimento, por isso reabriremos com equipe reduzida, mas mesmo assim com expectativa positiva. As pessoas querem sair de casa, viajar para locais próximos em que se sintam seguros. Por isso também a importância dos meios de hospedagem seguirem os protocolos de segurança', afirma Carlos Cunha, Presidente da ACF (Associação de Hotéis e Gastronomia de Cabo Frio) e empresário da área.
Apenas 1% dos empresários do ramo hoteleiro conseguiram crédito do Governo
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Segundo informações da Associação de Hotéis do município, a pandemia acabou com as reservas financeiras da maioria dos empresários, tendo muitos deles vendido ou utilizado reservas pessoais para sobreviver. Uma reclamação unânime entre os donos de hotéis e pousadas é a falta de apoio do Poder Público, seja ele Federal, Estadual ou Municipal, afirmando que apenas 1% deles conseguiram acesso as linhas de crédito disponibilizadas pelo Governo Federal. 
Sobre o futuro, os empresários do trade são bem cautelosos e sinalizam um 2020 perdido, enxergando um possível crescimento do ramo apenas na alta temporada de 2022: 'Vamos abrir com 40% da ocupação, mas não significa que iremos ter essa ocupação. A maioria dos hotéis tem o seu equilíbrio financeiro em 40%, ou seja, com esse número pagamos as contas, não ganhamos nada. Todos temos muitas contas atrasadas. Mas, voltando a produzir, vamos pagando e acredito que conseguiremos voltar a crescer a partir da alta temporada de 2022', conclui otimista o empresário Carlos Cunha.