Chefs vão mostrar as influências indígena, portuguesa e africana, entre outras, na culinária de Cabo Frio - Divulgação
Chefs vão mostrar as influências indígena, portuguesa e africana, entre outras, na culinária de Cabo FrioDivulgação
Por Juarez Volotão
Cabo Frio - Pouco mais de um mês após a tão esperada reabertura do comércio em Cabo Frio, a realidade continua difícil, sofrida, apertada e bem diferente de outros tempos para os empresários e comerciantes da cidade. Um dos setores mais afetados é o da gastronomia, que inclui os restaurantes, lanchonetes e os barzinhos, que faziam a festa dos cabofrienses em points espalhados pelo município. Após meses fechados devido a quarentena imposta pela pandemia do coronavírus, em respeito aos decretos governamentais, acumulando inúmeras demissões de funcionários e equipe, contas atrasadas, dívidas acumuladas, alguns trabalhando apenas com o delivery, e agora reabertos ao público com metade da sua capacidade, a reabertura trouxe um resultado nada animador e tampouco o esperado pelos empresários dos diversos segmentos do comércio local.   
Segundo Maria Lucia Mendes, a dama de ferro da noite cabofriense, proprietária do 'Escritório Restaurante' no Pólo Gastronômico da Passagem, o movimento está bem abaixo do esperado e a casa está faturando 30% da média dos anos anteriores: ' Acredito que as pessoas ainda estão com receio, o que é natural, mas estamos tomando todas as medidas obrigatórias e ainda adicionamos outras medidas de higiene e segurança a nossa rotina, assegurando que nossos colaboradores e clientes estejam seguros'. Ela diz ainda estar buscando melhorias nas ações de delivery, nova modalidade que é tendência em tempos de pandemia, fortalecendo a marca e melhorando as atividades, tendo esperança que isso se reverta antes do início da próxima alta temporada em Cabo Frio e na Região dos Lagos. 
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Já o casal do 'Manjericão Pastel', lanchonete localizada no bairro de São Cristóvão, Eloysio e Sabrina estipulam um faturamento hoje aproximado de 20% comparado com antes da pandemia, e que caso permaneça assim, preveem não aguentar mais 3 meses de loja aberta: ' Se for apenas com o público presencial, dentro desse faturamento atual, não aguento mais 3 meses. Ainda bem que o delivery tem salvado parte do movimento. Infelizmente acreditamos que irá demorar a voltar o que era antes da pandemia, porém acredito que nunca mais será a mesma coisa', afirmam eles preocupados com a atual situação econômica, agravada com a Covid-19. 
Outros que sofreram quedas bruscas no seu faturamento, são os quiosques da orla da Praia do Forte, já que são restaurantes voltados para o Turismo, e com a praia e a cidade interditada, o efeito foi um mês atípico e vazio: ' Em junho o movimento foi de 20% comparado com o ano anterior. O público que está vindo até nós são os jovens e pessoas em média de até 55 anos. Os idosos estão mais cautelosos, até por serem do grupo de risco. Antes da pandemia já estava difícil o trabalho com o Turismo e a gastronomia em Cabo Frio, ficando impossível ter uma previsão ou saber o que esperarmos, já que a cidade apenas liberará os carros de passeios e visitantes gradativamente', declaram as irmãs Lúcia e Bete do tradicional 'Quiosque Cantinho da Tia Maria'.
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Andando pelas ruas da cidade observamos um grande número de lojas, e neste caso, espaços gastronômicos (restaurantes, cafés, barzinhos, pubs e lanchonetes) fechados. Segundo informações, alguns não suportaram o fechamento do comércio por tanto tempo e outros ainda, optaram em aguardar a volta da "normalidade" para reabrirem suas portas e o atendimento ao público. 
Se antes já estava muito difícil a realidade econômica no município, agora com a pandemia a situação se agravou. As dificuldades e as preocupações são unânimes entre os empresários de Cabo Frio, além claro, de terem que usar a criatividade para se reinventar num momento em que pouco se sabe do presente, imagine do que será o futuro da nossa cidade, do nosso povo, da gastronomia local e da nossa economia. 
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