Salineira - empresa de ônibus da Região dos Lagos  - Imagem de internet
Salineira - empresa de ônibus da Região dos Lagos Imagem de internet
Por Juarez Volotão
Cabo Frio - O Sintronac, Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo, encaminhou na quarta-feira (19) ao Ministério Público do Trabalho (MPT) a rejeição da categoria por ampla maioria à proposta patronal de corte e diminuição dos salários em 50% e ainda a redução em 57% das cestas básicas, posição alinhada e definida em oito assembleias realizadas na sede social do sindicato no município de Niterói. 
O impasse e a queda de braço entre rodoviários e patrões, motoristas e empresas de ônibus é fruto da crise no setor de transportes, acentuada com a pandemia do coronavírus. Cerca de 2 mil trabalhadores foram demitidos na área de atuação do Sintronac e, desde 31 de julho, a categoria não recebe mais o auxílio emergencial do Governo Federal, que compunha 70% dos salários. Segundo a Fetranspor que reúne 184 empresas de linhas intermunicipais e municipais do Estado do Rio de Janeiro, a previsão de prejuízo acumulado até dezembro é de R$ 1,6 bilhão, com uma queda na demanda de usuários no auge da pandemia de 71% e hoje com uma queda de 42%, bem distante da realidade de outrora. 
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O sindicato abrange os municípios da Região dos Lagos que incluem Cabo Frio, Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Saquarema, e tem convocado todos os motoristas de ônibus e rodoviários para uma assembleia que será realizada no dia 25 de agosto, na sede do Sintronac em Cabo Frio, para resolverem e analisarem essa proposta das empresas de transporte, referente ao corte de 50% nos salários dos profissionais, já que a medida atinge diretamente a todos os rodoviários da Região. 
“Esperamos que os empresários voltem atrás em sua proposta, pois a categoria está determinada na manutenção do Acordo Coletivo vigente com todas as suas cláusulas”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

A polêmica proposta patronal atual é de corte no pagamento de 50% dos salários e redução no valor da cesta básica, que passaria de R$ 280 para R$ 120. Os rodoviários querem a manutenção do Acordo Coletivo, que vigora até 1º de novembro, com salário, férias e 13º integrais, além de todos os benefícios e estabilidade no emprego por três meses.
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Caso não se resolva o impasse, uma possível greve de ônibus municipais e intermunicipais não está descartada. A empresa que detém as linhas de transporte público em Cabo Frio e na Região dos Lagos é a Salineira. A empresa não respondeu as nossas perguntas até o fechamento dessa matéria.