Publicado 18/11/2021 16:09 | Atualizado 18/11/2021 16:23
O governador em exercício do Estado do Rio de Janeiro, André Ceciliano (PT), vetou o Projeto de Lei que criava o Monumento Natural Estadual das Dunas do Peró, aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), no último dia 4.
O autor do PL, deputado Carlos Minc (PSB) disse nesta quinta-feira (18), que não tem ressalvas com relação ao posicionamento de Ceciliano, a quem considera um aliado, e apontou outras soluções para contornar a situação e garantir a criação do Monumento e preservar a região.
A decisão do Governo gerou preocupação na comunidade. Os moradores se mostraram decepcionados com o veto como no caso da fotógrafa Tatiana Grynberg: “A gente tinha expectativa que fosse aprovado, assim afastaria de vez o risco de especulação imobiliária forçar projetos que destruam esse ecossistema já tão cobiçado”, defendeu.
Por outro lado, o biólogo e proprietário no Peró, Mário Flávio, que atualmente é secretário de Meio Ambiente em São Pedro da Aldeia, explicou a importância das dunas.
“Aquele parque do Peró todo é uma das áreas mais importantes, do ponto de vista ambiental, do Parque Estadual da Costa do Sol (PECS), junto com a área de Massambaba”, disse Mário, que defende a incorporação das dunas a área de proteção do PECS.
O especialista se colocou contra a criação do Monumento. Mário diz não ver sentido, justificando que já existe área de preservação no local e que "o Estado não vai ter perna para atuar ali". A solução, na visão dele, era, realmente, o governo decretar a entrada da área no Parque Estadual.
Respaldo técnico x pressão imobiliária
Para produzir o PL, Carlos usou uma documentação robusta, segundo disse, incluindo relatórios de cerca de 30 páginas sobre o local. O projeto, inclusive, teve um parecer favorável tanto da Comissão de Constituição e Justiça da Alerj, quanto da Procuradoria do Estado, que só apontou três vetos para o PL.
Oficialmente, a justificativa dada pelo governo do Estado para o veto do projeto é que “as medidas por ele propostas acabam por adentrar na função típica do Poder Executivo”.
Mas, para Minc, que afirma não ter ficado tão surpreso com a decisão, toda a questão se trata de pressão por conta do empreendimento Costa do Peró, que está embargado há anos pela Justiça, justamente por conta da preservação das dunas.
O projeto para a instalação de um condomínio de casas, com direito a praia privativa, piscina, heliponto e campo de golfe, não previa a manutenção das dunas e até mesmo usaria o espaço delas.
Outros caminhos
O autor do PL, deputado Carlos Minc (PSB) disse nesta quinta-feira (18), que não tem ressalvas com relação ao posicionamento de Ceciliano, a quem considera um aliado, e apontou outras soluções para contornar a situação e garantir a criação do Monumento e preservar a região.
A decisão do Governo gerou preocupação na comunidade. Os moradores se mostraram decepcionados com o veto como no caso da fotógrafa Tatiana Grynberg: “A gente tinha expectativa que fosse aprovado, assim afastaria de vez o risco de especulação imobiliária forçar projetos que destruam esse ecossistema já tão cobiçado”, defendeu.
Por outro lado, o biólogo e proprietário no Peró, Mário Flávio, que atualmente é secretário de Meio Ambiente em São Pedro da Aldeia, explicou a importância das dunas.
“Aquele parque do Peró todo é uma das áreas mais importantes, do ponto de vista ambiental, do Parque Estadual da Costa do Sol (PECS), junto com a área de Massambaba”, disse Mário, que defende a incorporação das dunas a área de proteção do PECS.
O especialista se colocou contra a criação do Monumento. Mário diz não ver sentido, justificando que já existe área de preservação no local e que "o Estado não vai ter perna para atuar ali". A solução, na visão dele, era, realmente, o governo decretar a entrada da área no Parque Estadual.
Respaldo técnico x pressão imobiliária
Para produzir o PL, Carlos usou uma documentação robusta, segundo disse, incluindo relatórios de cerca de 30 páginas sobre o local. O projeto, inclusive, teve um parecer favorável tanto da Comissão de Constituição e Justiça da Alerj, quanto da Procuradoria do Estado, que só apontou três vetos para o PL.
Oficialmente, a justificativa dada pelo governo do Estado para o veto do projeto é que “as medidas por ele propostas acabam por adentrar na função típica do Poder Executivo”.
Mas, para Minc, que afirma não ter ficado tão surpreso com a decisão, toda a questão se trata de pressão por conta do empreendimento Costa do Peró, que está embargado há anos pela Justiça, justamente por conta da preservação das dunas.
O projeto para a instalação de um condomínio de casas, com direito a praia privativa, piscina, heliponto e campo de golfe, não previa a manutenção das dunas e até mesmo usaria o espaço delas.
Outros caminhos
Apesar do veto, Minc enxerga outros caminhos para garantir a preservação do bioma e assegurar a implantação do Monumento das Dunas do Peró. Para isso, o deputado apontou três soluções para reverter a decisão. A primeira é via Alerj, através da derrubada do veto no Plenário. Como foi o presidente da assembleia, no exercício de governador, que derrubou o PL, Carlos pensou nas outras vias.
A segunda opção é levar ao prefeito de Cabo Frio, José Bonifácio (PDT), a indicação para o próprio município instalar um Monumento Natural no local, com o objetivo de preservá-lo.
A terceira é via Justiça, junto ao Ministério Público. A ideia é entregar o estudo que originou o PL ao MP para ou manter o embargo do empreendimento ou a obrigar que qualquer tipo de atividade no local respeite o distanciamento das dunas, inclusive da movimentação do vento, além da biodiversidade local.
No que depender do secretário municipal de Meio Ambiente de Cabo Frio, Juarez Lopes, o Deputado Carlos Minc vai encontrar apoio para buscar meios de garantir a preservação das Dunas do Peró: "Não só Minc terá nosso apoio, como qualquer pessoa que queira defender aquele patrimônio", disse ele. Para Juarez o veto não foi exatamente uma surpresa, disse que já imaginava esse impedimento, uma vez que o lugar é objeto de interesse dos empresários "que tentam construir o Resort do Peró", conforme disse. O secretário municipal encerrou com uma provocação: "Por que você acha que as Dunas do Peró estão fora do Parque Estadual da Costa do Sol? Senão por interesses dos especuladores imobiliários", disse ele.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.