A operação, batizada de ‘Tráfico.com’, tem como objetivo cumprir nove mandados de busca e apreensão em endereços na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. Letycia Rocha (RC24h)
Publicado 18/11/2021 15:14
Policiais civis da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) realizam, na manhã desta quinta-feira (18), uma operação contra uma empresa de provedor de sinal de internet, telefonia e TV associada a facções criminosas que atua em Cabo Frio, na Região dos Lagos.

A operação, batizada de ‘Tráfico.com’, tem como objetivo cumprir nove mandados de busca e apreensão em endereços na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio.

Segundo as investigações, além de Cabo Frio, a empresa tem clientes em comunidades ocupadas pela facção na capital, em Niterói e em São João de Meriti, onde explora o serviço com exclusividade.

Conforme a DDSD, a firma paga, semanalmente, valores às lideranças do tráfico nas comunidades para que outras empresas que prestam o mesmo serviço sejam impedidas de atuar nos locais, criando um monopólio que favorece o provedor associado ao crime organizado. Traficantes são responsáveis por expulsar técnicos de empresas de telefonia que tentam instalar redes que não sejam do provedor associado às facções, fazendo ameaças com armas de fogo.

Além disso, os criminosos também vandalizam as redes instaladas, cortando cabos e ateando fogo em equipamentos, impedem e ameaçam funcionários das concessionárias que tentam fazer os reparos.

As ações criminosas foram identificadas nos bairros Manoel Corrêa e Jardim Nautilus, em Cabo Frio; e nas comunidades do Morro dos Macacos, na Vila Isabel; Vila Tiradentes, em São João do Meriti; Jacaré, em Niterói; e Dendê, na Ilha do Governador.

A Polícia Civil estima que a empresa tenha, somente nessas áreas, mais de 20 mil clientes, totalizando um faturamento mensal bruto de mais de R$ 1 milhão.

A ação, deflagrada nessa quinta, busca obter novos meios de prova que possibilitem a identificação de todos os envolvidos na organização criminosa investigada, bem como levantar elementos que apontem para o envolvimento da empresa com traficantes ou milicianos de outras comunidades.
 
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