Publicado 01/12/2021 18:20
Quando simplesmente fechou as portas e encerrou as atividades, a empresa de investimentos Alphabets, especializada em apostas esportivas, deixou um rastro de prejuízos avaliados em, pelo menos, R$ 10 milhões. A fortuna teria sido embolsada pelo homem que se apresentava como CEO da empresa, Rogério Cruz Guapindaia, e a companheira dele, Thays Maria de Andrade.
Na última semana, o "playboy das pirâmides", como ficou conhecido, foi filmado curtindo férias em Fernando de Noronha (PE), um dos destinos mais caros do país. O trader conseguiu atrair inúmeras pessoas dispostas a investir fortunas em seu negócio.
Para isso, ele esbanjava e ostentava nas redes sociais, garantindo que o sucesso era fruto de uma plataforma desenvolvida por ele. A empresa operava em Cabo Frio, na Região dos Lagos, que ficou conhecida como 'Novo Egito'.
Fora da realidade financeira mundial, em seu site, a Alphabets se apresenta como “o primeiro robô de operações esportivas do Brasil”. A plataforma prometia lucros de 1,2% a 3,2% ao dia, de segunda-feira a sábado. Ainda de acordo com o site, a empresa fornecia um “software gratuito de alta performance objetivando lucros e renda no mercado de apostas esportivas”.
Para começar a apostar, é preciso escolher uma modalidade de licença: são oito disponíveis, com valores que variam de R$ 100 a R$ 100 mil.
Promessa de rentabilidade
De acordo com a biografia disponível no site, Rogério atua como trader em quatro bancas em operação e mais de 500 alunos. Ele garante que pode fazer o dinheiro “render como nenhum outro investimento” por meio do “robô de operações esportivas”. Com isso, o esquema atraiu centenas de clientes, que investiram pesado na promessa de rentabilidade.
Já foi preso por tráfico
O CEO da Alphabets foi condenado, em 2017, por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico. Rogério foi preso em flagrante, em outubro de 2016, ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Natal, no Rio Grande do Norte, com 3kg de ecstasy na mala.
O voo era proveniente de Portugal, e ele estava acompanhado de uma mulher paga para acompanhá-lo com o objetivo de tornar o transporte das drogas menos suspeito. O playboy das pirâmides foi condenado a 11 anos, 4 meses e 9 dias de reclusão. Ele cumpre a pena em liberdade provisória.
A defesa de Rogério Cruz não foi localizada.
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