A disparada de preços dos produtos que vão para a mesa do brasileiro na noite do dia 24 e almoço do dia 25, vai fazer com que muitos repensem a Ceia Ludmila Lopes (RC24h)
Publicado 14/12/2021 17:25
A noite de Natal terá um gostinho diferente em 2021. Agora, que mais de 60% da população brasileira foi completamente imunizada contra a Covid-19, reuniões familiares acontecerão em maior número, e, consequentemente, haverá o aumento nas compras dos itens tradicionais da ceia natalina.

Por outro lado, a disparada de preços dos produtos que vão para a mesa do brasileiro na noite do dia 24 e almoço do dia 25, vai fazer com que muitos repensem a Ceia.

Em Cabo Frio, na Região dos Lagos, o pagamento adiantado do 13º salário pela prefeitura contribuiu com a animação dos consumidores em relação à tão esperada data. O único porém é que, mesmo com dinheiro ‘in cash’, o aumento gradativo de valores nos supermercados fazem com que talvez isso não seja o suficiente.

No município, de acordo com os compradores, os preços estão ‘de assustar’. O preço do kg do peru, prato principal para quem realiza a ceia tradicional, sofreu aumento superior a 55%, passando de R$ 17,98 para R$ 27,98. O Chester, por exemplo, apresentou valor médio de R$ 30,00, sendo 1,79% maior que no ano anterior, que custava R$ 29,49. Já o panetone, um dos ‘queridinhos’ da ceia natalina, passou, em média, de R$ 15,00 para R$ 20,00, um aumento de 33,33%. O vinho, bebida típica desta época, tem como menor valor encontrado R$ 8,90, diminuindo 36% em relação a 2020, que estava R$ 13,99.
 
‘VOLTAMOS A VIVER A INFLAÇÃO’

Márcia Pinho, professora da rede pública de Cabo Frio, diz que o adiantamento do 13º salário ajuda, mas que não comprará os mesmos itens do ano anterior. “As coisas tiveram um aumento expressivo. O chester está um preço exorbitante! Voltamos a viver um tempo de inflação. Ajuda bastante (o adiantamento do salário), porque podemos nos programar e pesquisar no mercado os preços mais baratos, mas não vou comprar os mesmos produtos”, conta.
 
A disparada de preços dos produtos que vão para a mesa do brasileiro na noite do dia 24 e almoço do dia 25, vai fazer com que muitos repensem a CeiaLudmila Lopes (RC24h)
Além disso, Márcia explicou que vai adaptar sua ceia devido aos valores. “Vou comprar frutas da época, não as que quero, mas as da época, para que o jantar tenha qualidade e saia mais em conta”, conclui.

Outro fator que também pode prejudicar nas compras natalinas é o escândalo das pirâmides financeiras na cidade. Muitas famílias investiram suas economias em empresas que prometiam altos lucros, mas ao invés disso, fecharam suas portas e deixaram as finanças retidas.

Ieda Dutra, autônoma, diz que contava com o dinheiro para fazer as compras de fim de ano. “Atrapalhou muito! Aqui em casa, nós contamos com cada centavo. É bem provável que não consigamos comprar o que normalmente compraríamos em outros anos”, lamenta.
ALTA DE PREÇOS
Alcimar das Chagas Ribeiro – economista Ludmila Lopes (RC24h)
O economista Alcimar das Chagas Ribeiro explicou para o Portal O Dia o motivo dessas altas. “Muitos desses produtos são importados, e a taxa de câmbio, do dólar, está bem valorizado frente ao real, fazendo com que essa compra fique muito cara e por isso os preços são elevados”, explica.

Além disso, de acordo com Alcimar, Márcia está indo pelo caminho correto ao escolher itens mais acessíveis para compor o jantar. “O interessante é que as famílias busquem substituir esses produtos que vêm de fora por nacionais, que também estão caros, mas são mais acessíveis”, diz.

As altas não acontecem apenas no município, e sim em todo o país. Uma comparação feita pela FIPE mostra que, em relação a 2020, quase todos os produtos citados na matéria tiveram alta, confira:
A disparada de preços dos produtos que vão para a mesa do brasileiro na noite do dia 24 e almoço do dia 25, vai fazer com que muitos repensem a Ceia Ludmila Lopes (RC24h)
 
 
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