Operários trabalham em uma das fachadas do Palácio da Cultura - Divulgação Prefeitura
Operários trabalham em uma das fachadas do Palácio da CulturaDivulgação Prefeitura
Por Leonardo Maia

Campos — Quem circula por uma das áreas mais nobres de Campos é obrigado a se deparar com um nada nobre muro de metal que cerca um dos prédios mais democráticos e bonitos da cidade. Desde 2013, o Palácio da Cultura está isolado da população, silencioso e inerte, vítima de uma briga judicial que se arrasta desde então. Até esta semana, quando a Procuradoria do Município conseguiu derrubar um embargo que impedia a retomada de uma reforma que jamais foi concluída.

As obras serão reiniciadas num prazo máximo de 15 dias, garante a prefeitura, e devem durar de seis a oito meses, para que a estrutura, um espaço multifuncional que reunia uma biblioteca, espaço para exposições, auditórios e salas para apresentações artísticas diversas, seja finalmente devolvida à população.

“Temos feito um grande esforço para retomar para a cidade uma série de espaços importantes para a cultura campista que estavam fechados havia um bom tempo”, diz Viny Soares, ex-vice-presidente da Fundação Cultural Oswaldo Lima. “Vamos comemorar (hoje) os 51 anos do Teatro de Bolso, outra instalação que ficou fechado ao público e conseguimos reabrir há dois anos”.

O Palácio da Cultura foi fechado para uma reforma em 2013, mas os pagamentos para a empresa que realizava o trabalho foram suspensos, levando a sua paralisação. Mesmo assim, havia o questionamento de que o valor já comprometido à construtora era superior ao que de fato foi realizado, e o caso se arrasta na justiça desde então.

A solução parecia surgir quando o atual comando da prefeitura entrou em acordo com uma outra empreiteira para dar prosseguimento ao projeto, e sem custo adicional ao município. A tal empresa havia derrubado ilegalmente, também em 2013, um casarão tombado pelo Patrimônio Histórico, conhecido como Clube do Chacrinha, e aceitou um acordo para transformar a multa na conclusão da reforma do Palácio, algo estimado em R$ 1,2 milhão.

Porém, a antiga responsável pela obra entrou na justiça e conseguiu embargar a sua finalização, alegando que não havia recebido o estabelecido no contrato. O caso foi contornado com a garantida da prefeitura do pagamento do valor devido.

“A realidade financeira do município é difícil. É por isso que buscamos parcerias como essa para retomar as obras do Palácio e devolver esse importante aparelho cultural à cidade”, destaca José Paes Neto, Procurador Geral de Campos.

Enquanto esteve aberto, o Palácio da Cultura foi lugar para espetáculos teatrais, apresentações de trabalhos artísticos de escolas, de alunos de cursos de música, além de espaço de lazer e convivência para a população. A edificação também abrigava órgãos como a Fundação Cultural, que está alojada de forma improvisada nos camarins do Teatro Municipal Trianon.

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