Aniversário da abolição marcado por arte e reflexão
Apresentações artísticas e leitura de textos debateram a luta dos povos negros por liberdade e igualdade desde o fim da escravidão até os dias atuais
Por O Dia
Campos — Os 131 anos da abolição da escravidão foram lembrados, ontem, na Casa de Cultura Villa Maria, com apresentações artísticas, música, dança, capoeira, e leituras sobre a escravização dos povos negros a partir de sua própria visão. O evento “13 de maio-re existir” discutiu questões como o protagonismo da princesa Isabel, uma princesa branca, como heroína da libertação, e a luta por igualdade nos dias atuais.
“É um dia para refletir sobre este sonho universal de liberdade e sobre um dos crimes mais terríveis que a era moderna presenciou, que foi a escravização dos povos africanos”, comentou o secretário de educação, Brand Arenari. “Campos foi um dos palcos desse genocídio. Temos o hábito de dizer que foi há muito tempo e que não tivemos participação nisso. Mas temos, pois todos nós nos beneficiamos até hoje com tudo que foi construído com sangue e suor negro”.
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Estudantes da rede municipal e educadores prestigiaram o evento, organizado pela coordenação de Artes e pelo departamento de Animação Cultural e Bandas da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Smece), com parcerias da Licenciatura de Teatro do IFF Centro e Licenciatura de Música do IFF Guarus, além do apoio da Casa de Cultura Villa Maria.
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“Aproveitamos a simbologia da data para levar os alunos à reflexão da situação da população negra no país, utilizando a arte como instrumento de empoderamento da nossa cultura e história”, frisou Sarah Pereira, coordenadora de Artes da Smece.
O evento foi aberto com o coral de alunos do IFF Guarus, regidos pelo professor Henrique Costa. O grupo de Capoeira Nação Goytacá, dos professores Chorão e Mestre Juninho, fizeram uma apresentação na sequência. Um número de dança com Neuzimar da Hora e alunos do Centro Educacional 29 de Maio e o samba com Crisraquel e grupo de alunos do Ciep Wilson Batista fecharam a noite.
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A trilha sonora dos espetáculos foi marcada por sambas enredos clássicos que tratam da história do povo negro, como "Kizomba, Festa da Raça", da Vila Isabel de 1988, e o vencedor do carnaval deste ano, "História para Ninar Gente Grande", da Mangueira. As músicas foram acompanhadas pela bateria do Ururau da Lapa, com Leandro Ferreira.
Os números artísticos foram entremeados por textos da professora Lúcia Talabi.