Campos — Aos 17 anos, Déborah Crespo vive os dilemas, receios e angústias tradicionais da transição da adolescência para a vida adulta. No caso de Déborah, os desafios do fim da adolescência são potencializados pelas dificuldades de quem vem de uma situação sócio-econômica desfavorável. A falta de perspectivas e obstáculos para começar a trilhar seu próprio caminho se acumulou a ponto de a jovem desenvolver uma depressão. Problema superado graças à ajuda do Pré-Jovem Aprendiz, projeto de inserção no mercado de trabalho para adolescentes de baixa renda.
“Entrar para o Pré-Jovem Aprendiz me trouxe duas grandes vitórias na vida: uma foi conquistar a minha primeira experiência profissional e outra foi ter vencido a depressão”, comemora Déborah.
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O programa é mantido pela Obra do Salvador, com recursos do Fundo Municipal da Infância e Adolescência. Desde março, 55 rapazes e moças conseguiram seu primeiro emprego, depois de passar pelo treinamento e preparação oferecidos pelos profissionais do Pré-Jovem, que atende atualmente cerca de 120 pessoas.
“Vibramos com as vitórias de Déborah e de dezenas de outros adolescentes que aproveitam a oportunidade que lhes é dada para conquistar o seu espaço”, diz Sana Gimenes, presidente da Fundação Municipal da Infância e da Juventude.
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Como se vê, o alcance do projeto vai muito além do encaminhamento para um ofício. Os jovens que lá passam elevam a autoestima, adquirem confiança, e se sentem produtivos e necessários. Mais do que preparados para os primeiros passos no mercado de trabalho, eles de lá saem mais seguros para enfrentar as exigências do mundo adulto.
“Posso dizer, sem medo, que eu entrei aqui de uma forma e hoje sou outra pessoa. Aqui aprendi a como me portar num ambiente de trabalho, a ter responsabilidade, a me comunicar corretamente. Como sou adolescente, eu continuo usando gírias como ‘mano’ e ‘tipo assim’, mas só quando estou num grupo de amigos”, conta Déborah, que cursa o 2º ano do Ensino Médio.
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“Trabalhamos com os jovens para desenvolver neles uma perspectiva de produtividade, de trabalho, posicionamento, responsabilidade e ainda as questões relacionadas à ansiedade e à administração da renda que passarão a receber”, explicou o pedagogo do projeto, Lucas Xavier.
O Pré-Jovem é destinado a adolescentes entre 16 e 18 anos incompletos, matriculados na rede pública. Além dele, o Fundo da Criança e Adolescência mantém outras oito instituições que promovem vários programa sociais: Centro Juvenil São Pedro, APAPE, APAE, APOE, Instituto Profissional São José, Orquestrando a Vida, Grupo Espírita Francisco de Assis e Bem Faz Bem. Ao longo deste ano, mais de R$ 3 milhões serão investidos.
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Os interessados em entrar no Pré-Jovem deve acessar o site www.obradosalvador.org.br e fazer uma inscrição. Os pré-requisitos são ter entre 16 e 18 anos incompletos, frenquentar a escola e portar documentos de identificação: RG, CPF e Carteira de Trabalho. A seleção dos jovens é feita pela Obra do Salvador com base nos dados informados pelos interessados. Antes de ingressar no projeto, os passam por uma entrevista com o psicólogo, uma dinâmica de grupo e fazem uma redação.
