O encontro ocorreu nesta quarta-feira (8) em Brasília.Foto: Divulgação.
Publicado 09/12/2021 14:50 | Atualizado 09/12/2021 14:51
CAMPOS - O prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho, e a deputada federal Clarissa Garotinho (PROS/RJ) conseguiram o aval da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para buscarem recursos no orçamento federal de 2022 que possibilitem a instalação na cidade de um terminal público com foco em pesca artesanal.
O encontro ocorreu nesta quarta-feira (8) e teve também a participação do vice-prefeito Frederico Paes, do presidente da Câmara dos Deputados de Campos, Fábio Ribeiro (PSD) e do secretário municipal de Agricultura, Almy Junior. A ideia do empreendimento surgiu de conversas que Clarissa Garotinho vem mantendo com o segmento, há algumas semanas, e após a concordância da Prefeitura de Campos dos Goytacazes.
Coube à Secretaria municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca elaborar um projeto inicial. Com localização prevista para o trecho entre o encontro do Canal Coqueiros e o Canal das Flechas, o terminal tem custo total orçado em R$ 60 milhões, a ser construído em etapas e com despesas divididas entre União, prefeitura, Estado do Rio e iniciativa privada.

“O projeto é muito importante e é do interesse do governo federal. Já temos a sinalização do presidente Jair Bolsonaro no sentido de desenvolver questões relacionadas à pesca no Brasil”, disse a ministra Tereza Cristina, ao receber o projeto. Há o entendimento de que o terminal preencheria uma importante lacuna na região Norte Fluminense e em todo Estado do Rio, beneficiando diretamente a pelo menos 5 mil pescadores e mais de 15 mil pessoas envolvidas no setor, num raio de 100 Kms.
O principal pescado na Praia do Farol, por exemplo, é o camarão, sendo que, no seu entorno, são estimadas quase 6 mil toneladas/mês de produção. Na reunião, o prefeito e o secretário Almy apresentaram alguns benefícios em decorrência da obra: viabilização de Unidades de Beneficiamento de Pescados; redução de evasão de divisas, já que hoje a produção local vai para outros estados; e redução de intermediários.

“Eu iria mais longe: esse projeto é muito importante para Campos, mas também é para o Brasil. Não faz sentido acontecer o que está acontecendo hoje, com a produção da nossa região sendo levada para outros estados via marítima ou terrestre e voltando para nós já sem qualidade garantida. Precisamos mudar isso”, disse Wladimir.

A intenção de Wladimir e Clarissa é transformar o espaço numa referência no estado, que não conta com um terminal pesqueiro desde 1992, quando o entreposto da Praça XV (Cidade do Rio) foi desativado. Em Campos, a atividade é feita atualmente sob péssimas condições, com barcos precisando ser rebocados por tratores no embarque e desembarque. A escolha do local deve-se ao fato de ali ter um dos melhores calados operacionais para navios, com profundidade de 4 metros, podendo chegar a sete. Mais um ponto favorável é o fato de ficar localizado a ótima distância de outras importantes localidades, como o Porto do Açu (27 Km) e o Centro de Campos (39 Kms).


“Esse projeto me seduziu desde o primeiro momento, desde que comecei a ouvir as primeiras pessoas falando sobre essa carência na cidade de Campos no estado. Isso não vai representar somente melhores condições de trabalho para os pescadores. Representará também reflexos positivos na economia da cidade. Vou brigar por isso até o fim”, disse Clarissa, que vai negociar, já nos próximos dias, a inclusão de recursos no orçamento de 2022. Ela foi à audiência acompanhada de seu assessor parlamentar Thiago Ferrugem.
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