Por Fernando Mansur *

Rio - A história mostra que crenças ou ensinamentos mal compreendidos nos levaram a entender que somos um corpo e que o corpo tem uma Alma. Entretanto, várias tradições espirituais nos mostram que, de fato, somos uma Alma e que o corpo é seu veículo de atuação. Além do plano físico, existem outros mundos menos densos onde a Alma atua e também se desenvolve. Mas a encarnação física é fundamental no processo evolutivo.

O apego ao corpo nos levou e nos leva a um sofrimento indizível quando chega a hora de nos separar dele, pois achamos que é o fim de tudo. O corpo se desintegra, seus elementos são reaproveitados pela natureza, e nós continuamos nossa jornada noutro 'lugar', em outro estado de consciência. Nessa outra dimensão a consciência é expandida, e tempo e espaço são diferentes daqueles que conhecemos aqui. Quem já experimentou a sensação de quase morte diz que naquele momento passa uma espécie de filme na mente, em um breve instante, quando a pessoa revê todas as cenas de sua vida. Há então uma surpreendente compreensão de certo e errado e que tudo fica realmente registrado no HD da natureza.

Outro ensinamento que causou danos à boa parte da humanidade foi o do céu e inferno eternos. Essa crença vem sendo gradativamente revista e ampliada para algo mais compatível e coerente com a bondade divina. A teoria dos ciclos e o retorno periódico à manifestação, pela lei do karma (causa e efeito), vêm se constituindo num grande lenitivo para aqueles que acreditavam que a morte é o fim. A busca da verdade exige liberdade de pensamento e fé nos caminhos apontados pelo coração.

(*  Radialista, escritor, professor, graduado em Letras pela Universidade Católica de Minas Gerais, mestre e doutor em Comunicação pela UFRJ).  

 

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