Durante a caçada ao Lázaro, em Goiás, sempre se referiam a ele como psicopata. Só que nem todos os psicopatas são assassinos e ostentam uma faca que escorre sangue. Podem ser homens e mulheres de qualquer etnia, religião, cultura ou nível social. Trabalham, estudam, constroem carreiras, casam, têm filhos e podem viver junto de qualquer um de nós e com formas muito mais sutis de fazer mal, do que apenas agressões físicas.

A maioria dos psicopatas não chegará a matar, mas destruirá a vítima através da sedução, da manipulação ou da humilhação. Psicopatas são egocêntricos, não sentem afeto ou culpa. São pessoas sem emoção, que se preocupam apenas com o seu próprio bem-estar. Tudo com zero remorsos, zero culpabilidade.

O espírito reencarnado em alguém como Lázaro, é óbvio, ainda passará por um processo muito longo de evolução, exigindo várias encarnações. A melhora vai demorar. Interessante é que a psicopatia não pode ser diagnosticada numa ressonância magnética do cérebro, por exemplo. Não aparece qualquer sinal e, portanto, não é um problema físico. É, inquestionavelmente, um problema espiritual.

Só que o espírito que nasce psicopata também tem o livre arbítrio. Opta pelo mal, buscando obter vantagens ou autoafirmar-se através da prática do mal. Sua opção é permanecer como psicopata. Foi o caso do Lázaro.

Existe, não obstante, a Lei da Ação e Reação. Psicopatas são espíritos atrasadíssimos que quando reencarnam, abusam da maldade em relação aos seus semelhantes e até mesmo, animais. Esses espíritos causam males infindáveis e, por isso, são condenados a reencarnações sucessivas.

Reencarnar é um aprendizado. Excepcionalmente, um espírito como o do Lázaro, é expatriado do Planeta para o benefício dos demais espíritos. Ele vai para dimensões inferiores onde buscam seu desenvolvimento. Espíritos inferiores como o de Lázaro, um assassino crudelíssimo, quase sempre reencarnam com graves problemas. com muitas debilitações. Ele terá um longuíssimo aprendizado, sem dúvida.

A psicopatia atribuída à Lázaro não é uma doença mental que incapacitou o senso de julgamento dele. Lázaro responderá por todos os seus atos. Só que nem todos os criminosos são psicopatas. Existem mais psicopatas que não matam do que aqueles que chegam a cometer homicídio. Isso não quer dizer que os psicopatas que não matam sejam inofensivos. O psicopata pode causar dano social sem infringir a lei, usando a mentira e a manipulação.

Para esses espíritos, a possibilidade de punição divina não é o suficiente para contê-los. Encarnam como pessoas frias, calculistas, inescrupulosas, dissimuladas, mentirosas, sedutoras. Têm total noção dos seus atos, visto que a parte cognitiva ou racional não se encontra afetada. Sabem perfeitamente que estão infringindo as regras sociais.

Por poderem ser charmosos, eloquentes, inteligentes, envolventes e sedutores não costumam levantar suspeitas. Por isso, podemos encontrá-los disfarçados de religiosos, de executivos bem-sucedidos, bons políticos, bons amigos, pais e mães. A mulher do Lázaro, por exemplo, ao lamentar sua morte, disse que ele era uma “pessoa maravilhosa”.

Se existe uma coisa que esses espíritos inferiores têm em comum é a capacidade de se fazerem passar por pessoas normais, enquanto, por detrás de uma fachada, existe um predador. Podem arruinar famílias e empresas, causar enredos, destruir sonhos, não tendo necessariamente que matar. Por isso, permanecem por muito tempo, ou até uma vida inteira, sem ser descobertos ou diagnosticados.

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