atila4dezARTE O DIA
Publicado 04/12/2021 06:00
Em que momento que se dá o surgimento da vida? Quando nascemos? Quando há a fecundação do óvulo pelo espermatozoide? Na verdade, a vida surge muito antes da concepção biológica. A vida surge quando Deus nos cria como espíritos. E quando isso acontece? Difícil dizer com certeza, já que os espíritos são criados por Deus a todo instante.
Espíritos, ao serem criados, não são bons ou maus. Ao longo das reencarnações, eles amadurecem e se aperfeiçoam. O nascimento é um renascimento. Aliás, nascemos, vivemos e morremos inúmeras vezes antes desta vida. Isso se chama reencarnação, o que não é sinônimo de viver várias vidas diferentes, como destaca o Alexandre Caldini. Somos uma única vida, somos apenas um espírito. E nosso espírito tem várias passagens pela Terra aperfeiçoando-se através do aprendizado.

Espíritos nascem, vivem e morrem nos corpos físicos, independentemente do sexo, da condição sócio-econômica ou de saúde. O espírito é, digamos, ‘testado’ nas mais variadas situações sob a pressão de todos os sentimentos que acometem o ser humano: crises existenciais, problemas de saúde, paixões, frustrações e aspirações. Essa testagem visa ganhar sabedoria. E isso só ocorre por experiência.

Infelizmente, a gente erra, erra muito. E assim, acabamos magoando os outros e, consequentemente, um pouco de nós mesmos. Também acertamos, é claro. E festejamos nossos acertos. Nada nos faz mais felizes do que ajudar nosso semelhante. Isso nos traz paz. Por isso, a importância de evitar o que é ruim, pois desse modo nosso espírito evolui.

A vida é isso. É única, indivisível, nos levando a um aprendizado fantástico. Nós construímos nossa história, a história de nossas vidas. A vida é dura? Claro que é! A vida, entretanto, é o que de mais importante foi criado por Deus.

O que muitos se perguntam é por que não se pode evoluir espiritualmente, sem a necessidade de se reencarnar. Até é possível, mas a vida nesse planeta nos faz aprender mais rapidamente a evoluir por causa das dificuldades pelas quais passamos. Não é assim na escola? Não é assim no trabalho? A gente só aprende estudando e trabalhando. Aprendemos a lidar com os colegas da escola e do trabalho, quando nos são apresentados sentimentos bons e ruins, como o amor, a amizade, a inveja, a raiva, e por aí vai.

Isso significa aprendizado, que resulta em evolução. Não existe evolução sem provações. E é errando e acertando que vamos fazendo a ‘sintonia fina’ indispensável para essa evolução, tanto intelectualmente, como moralmente. Ao encarnarmos, é como se estivéssemos nos preparando para um Enem espiritual. Aqui, aprendemos.

Uma definição do Caldini resume tudo isso: na escola, primeiro aprendemos uma lição e logo depois nos dão uma prova. Na vida é o contrário: primeiro nos dão uma prova para que aprendamos uma lição. Encarnar e reencarnar é isso: através das experiências, podemos aprender e nos tornarmos pessoas melhores.

A reencarnação é um processo que se desenvolve em conta-gotas. Antes da concepção biológica (resultante da fecundação), há uma espécie de planejamento para que tudo ocorra de forma adequada. A partir do exato momento da concepção (quando o espermatozoide fecunda o óvulo), o espírito se liga ao corpo físico que começa a se formar. Com um detalhe: essa união, que começa na concepção, só é concluída na primeira inspiração do ar da Terra, isto é, no instante do nascimento.
Pronto! O espírito reencarna no feto e começa a deixar o mundo espiritual para se materializar no mundo físico. Não significa que o espírito ‘morreu’ para o mundo espiritual, muito pelo contrário. É que ele renasce aqui, com absoluta autonomia, apesar de estar encarnado num bebê que carece de cuidados.

Crê-se que até sete anos a criança ainda viva dividida entre as dimensões dos encarnados e dos espíritos. Criança dorme muito, não é? Pois é, porque ela se encontra na maior parte do tempo de seu sono no mundo dos espíritos, razão porque elas se referem àqueles ‘amigos imaginários’ que tanto intrigam os pais.

Isso acontece com o pessoal da Terceira Idade, que também dormem com frequência, cochilando durante o dia. É forte sua ligação com o mundo dos espíritos nessa fase da vida. Exatamente igual às crianças, idosos estão em processo de transição. Por isso, momentos antes de morrer, é comum verem espíritos. É quando conversam com parentes e amigos que já se foram, lembra o Alexandre Caldini. E são esses espíritos que vêm trazer paz e prepará-los para o momento em que voltarão para o plano espiritual.

A gente vive muitas vezes. Na reencarnação, ninguém erra de endereço, como dizia Chico Xavier. Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nele corre por nossa conta.
Átila Nunes
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