Brasil com produtos que usam nanotecnologia e Inteligência Artificial, desenvolvidos em parceria com a UFRJ e FortquimFoto: Divulgação

O Brasil fez bonito na maior feira de cosméticos do mundo, a In-Cosmetics Global, realizada em Paris, França. Representado pela Fortquim, uma empresa do setor químico, o país mostrou seu potencial de inovação com produtos derivados de óleos da Amazônia e algas marinhas, desenvolvidos com pesquisa e tecnologia nacionais. A Fortquim atraiu os olhares de grandes potências mundiais, destacando-se também em Tecnologia da Informação e Inteligência Artificial.

Inovação brasileira em destaque

Com sede em São José dos Pinhais/PR e mais de 20 anos no mercado nacional, a Fortquim possui o selo GPTW (Great Place to Work), que a posiciona entre as melhores empresas do seu segmento no Brasil. Esta foi a primeira investida da empresa no mercado internacional, contando com o apoio da APEXBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que promove os produtos e serviços brasileiros no exterior.

Tecnologia e IA

Para impressionar na In-Cosmetics Global, a Fortquim desenvolveu um robô de inteligência artificial, o FortBot, que respondia aos visitantes do stand todas as informações sobre o portfólio de produtos e soluções da empresa. Capaz de entender e responder em vários idiomas, o robô interagia com os visitantes usando texto ou voz, formulando respostas complexas e sugerindo combinações de produtos.

“O uso de um robô foi nosso grande diferencial na feira e chamou muito a atenção daqueles que visitaram o nosso stand. Apostamos na IA para a In-Cosmetics Global. Nosso robô foi desenvolvido nos laboratórios da Fortquim, tendo como base a linguagem Python, uma das mais avançadas do momento. Ele usa uma rede neural baseada no GPT-4 e faz um cruzamento de dados inteligente com a nossa base de dados de produtos, podendo responder de maneira humanizada e personalizada a cada pessoa, em seu próprio idioma”, diz Felipe Vieira, gestor de marketing da Fortquim.

Produtos inovadores

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) demonstrou a eficácia do uso de nanotecnologia em cosméticos para melhorar a absorção de ativos pela pele. Segundo a pesquisa, a aplicação de nano-emulsões aumentou a penetração de ingredientes em até 50%, resultando em maior eficácia dos produtos cosméticos (Fonte: Journal of Cosmetic Science, 2022). Além disso, a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) destacou que o mercado brasileiro de cosméticos cresceu 5,8% em 2023, impulsionado principalmente por inovações tecnológicas e a demanda por produtos naturais e veganos.
A Fortquim, conhecida por produzir e distribuir insumos e matérias primas para diversos setores do mercado nacional, apresentou em Paris o Kappa VB e o Kappa VB Cream, que combinam extratos de algas marinhas (Kappaphycus alvarezii) cultivadas na costa brasileira com extratos vegetais da floresta amazônica (Virola bicuhyba). Esses produtos oferecem propriedades antioxidantes, anti-rugas, hidratantes e cicatrizantes para pele, além de efeitos protetores, selantes e anti-queda para cabelo, com toque seco e rápida absorção pela pele.

Os produtos foram apresentados não apenas no stand da Fortquim, mas também em lugares de destaque na feira, como a Innovation Zone e o Sensory Bar, junto com outras gigantes do setor. Além disso, a empresa exibiu óleos e manteigas vegetais da Amazônia, desenvolvidos pela ParaOil, que recentemente se uniu à Fortquim.

Inovação tecnológica e sustentabilidade

A Fortquim se destaca também pelo uso de nano-emulsões, que permitem que as moléculas penetrem mais eficazmente nas camadas profundas da pele. “Quando essas moléculas são adicionadas à formulação, isso permite que as moléculas bioativas sejam transferidas para as células, onde podem desenvolver suas propriedades com máxima absorção”, explica Lívia Galdino Suzart, doutora em Ciências da Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos e responsável pelo desenvolvimento dos produtos na Fortquim.

Os produtos foram desenvolvidos em tempo recorde de apenas cinco meses, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Muitas empresas do setor levam anos para desenvolver produtos como esse. Graças ao empenho e brilhantismo de cada envolvido, conseguimos obter um produto de alta tecnologia e com essas características em menos de seis meses”.

O futuro da Fortquim

Segundo Sandro Nunes, CEO e fundador da Fortquim, esse novo momento da empresa representa a realização de um sonho e uma grande oportunidade. Os planos futuros incluem a expansão internacional da empresa e a promoção do Brasil como um pólo de desenvolvimento tecnológico e de pesquisa no exterior.

Contudo, o maior objetivo da Fortquim, segundo seu fundador, continua a ser o foco nas pessoas. “Há mais de 20 anos, era difícil imaginar que chegaríamos até aqui, desenvolvendo produtos de alta tecnologia e em um momento de expansão internacional. Contudo, tudo isso que fazemos na empresa vai muito além do objetivo do lucro. Meu objetivo sempre foi mudar a vida de pessoas, tanto aquelas que se beneficiam dos nossos produtos como as que estão diretamente ligadas a nós, sejam os algicultores, funcionários, fornecedores, etc. Sustentabilidade para mim é mais do que apenas cuidar do meio ambiente, mas também cuidar das pessoas envolvidas em cada etapa, trazendo qualidade de vida e dignidade juntamente com a preservação ambiental”, conclui.