Se partilha for aprovada no STF, estado pode perder R$ 5,5 bilhões - Arquivo Agência Brasil
Se partilha for aprovada no STF, estado pode perder R$ 5,5 bilhõesArquivo Agência Brasil
Por Chico Alves
Em meio a um tsunami de notícias negativas em quase todas as áreas do país (desemprego em alta, cortes na Educação, queimadas na Amazônia, caneladas nas relações exteriores...) é bom destacar um fato positivo para aliviar a tensão cotidiana. Especialmente quando são boas novas para a população do Rio de janeiro, há tantos anos maltratada pela falência da máquina do estado, que vive de pires na mão. Na contramão do jogo de interesses e egos inflados que normalmente se tem visto em Brasília, a união de esforços de parlamentares fluminenses no Congresso resultou no acordo que garante R$ 2,5 bilhões do que a União vier a arrecadar no megaleilão do pré-sal, previsto para novembro. Pelo parecer do senador Cid Gomes (PDT-CE), o Rio receberia apenas R$ 326 milhões.

A proposta de emenda à Constituição que divide os recursos federais com estados e municípios foi aprovada na terça-feira e segue para a análise da Câmara dos Deputados. " O dinheiro carimbado pelo governo federal vai ser repassado ainda esse ano para o estado do Rio, o que vai resolver problemas de fundos de Previdência, evitando o risco de atraso dos salários dos servidores, dos professores, dos policiais, dos aposentados e pensionistas, que dependem do poder público", explicou à coluna o deputado Christino Áureo (PP-RJ), um dos articuladores do acordo, junto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os senadores Flavio Bolsonador (PSL) e Arolde de Oliveira (PSC) e Romário (Podemos).

O acordo resultou de uma articulação iniciada há um mês. O esforço foi de mostrar aos senadores que o critério estabelecido pelo senador Cid Gomes não fazia justiça ao estado do Rio, que sofre grandes impactos por causa da extração de petróleo. A fatia de 3% para estados produtores de petróleo e gás foi assegurada pela emenda dos três senadores fluminenses. Flávio Bolsonaro considera justa a decisão, pois beneficia os estados de onde saem os recursos naturais que, ao serem leiloados, garantem dinheiro para o resto da federação. "O estado que tem mais de 70% da produção de petróleo no Brasil estava sendo contemplado com apenas R$326 milhões, ante os mais de R$100 bilhões que se pretende arrecadar com esse leilão", destacou o senador do PSL.

A vitória de terça-feira não é suficiente para tirar o estado do atoleiro, mas garante um fôlego imediato. Mais do que o resultado financeiro, a ação dos parlamentares mostrou o caminho para fazer as coisas melhorarem por aqui: integração de esforços, foco no interesse público, menos vaidade e mais trabalho. Esses ingredientes, que andam em falta na política fluminense, garantiram uma receita de sucesso. Que continuem assim.