A tragédia ambiental que são as queimadas na Amazônia, capazes de transformar em cinzas grandes áreas verdes que antes eram ricas em biodiversidade, ainda está longe do fim. É preciso manter a mobilização para evitar mais estragos. Enquanto isso, não se pode assistir de braços cruzados os incêndios que agora destroem a rica vegetação do Pantanal. Na comparação do período de janeiro a setembro de 2019 com 2018, houve aumento de 334% nas queimadas nessa região. A ocorrência de chuvas foi 25% menor e as temperaturas estão de 4°C a 6°C mais altas. Ontem, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, estava em Mato Grosso do Sul, justamente o epicentro desse incêndio. Qual providência tomou? Nenhuma.
Diferente das queimadas na Amazônia, o fogo no Pantanal não tem conquistado na mídia espaço proporcional ao prejuízo ambiental que produz. Talvez por isso o governo federal não tenha agido com a urgência necessária. Nesta quinta-feira, Ricardo Salles estava no Zagaia Eco Resort, na cidade de Bonito, uma das nove em situação de emergência por causa do fogo, segundo decreto publicado pelo governo do Mato Grosso do Sul. Estava ali para discutir aspectos jurídicos, científicos e práticos da legislação ambiental, especialmente quanto às leis de Política Nacional do Meio Ambiente e dos Crimes Ambientais, entre eles, as queimadas. Preferiu ficar no debate teórico e não se dignou a deixar a agenda oficial para percorrer uma das áreas devastadas.
O ministro não dedicou muito tempo ao assunto nem mesmo nas entrevistas, como informa o site CampoGrandeNews. Fez apenas uma breve declaração sobre a situação do Pantanal. Disse que, por enquanto, o combate cabe mesmo às forças estaduais, ao ser indagado sobre o pedido de ajuda do governo de Mato Grosso do Sul. Não ofereceu qualquer auxílio e descartou a publicação da chamada GLO (Garantia de Lei e Ordem), para medida do tipo ser adotada.
Naquela região, os ventos fortes ajudam a propagar o fogo que, na maioria das vezes, é causado pelo homem. A gigantesca proporção do incêndio dificulta o trabalho dos agentes estaduais. A mobilização das Forças Armadas seria essencial para reprimir as ações criminosas e dar apoio logístico à polícia local. Salles se fez de desentendido e foi embora sem dar qualquer ajuda.
Esse mesmo Ricardo Salles tem na agenda um encontro marcado para quinta-feira, em Washington, com representantes de um dos maiores centros de negacionistas do aquecimento global, o Competitive Enterprise Institute. Em sua autodefinição, a entidade “questiona o alarmismo sobre o aquecimento global” e “opõe-se ao Acordo do Clima de Paris, protocolo de Kyoto” e a regulação para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Mais elucidativo, impossível.
Desde o começo da temporada de queimadas na Amazônia, o ministro aparece em entrevistas para soltar argumentos evasivos sobre a atuação do governo na área ambiental, enquanto na prática a devastação avança. No caso do Pantanal, nem chegou a se explicar. Com sua face impassível, que parece esculpida em pedra, segue inoperante no cargo. Ou pior: algumas vezes até parece afinado com grupos que colaboram direta ou indiretamente com o extermínio das matas. A continuar assim, pode muito bem mudar o nome da pasta de Ministério do Meio Ambiente para Ministério do Fogo.
Diferente das queimadas na Amazônia, o fogo no Pantanal não tem conquistado na mídia espaço proporcional ao prejuízo ambiental que produz. Talvez por isso o governo federal não tenha agido com a urgência necessária. Nesta quinta-feira, Ricardo Salles estava no Zagaia Eco Resort, na cidade de Bonito, uma das nove em situação de emergência por causa do fogo, segundo decreto publicado pelo governo do Mato Grosso do Sul. Estava ali para discutir aspectos jurídicos, científicos e práticos da legislação ambiental, especialmente quanto às leis de Política Nacional do Meio Ambiente e dos Crimes Ambientais, entre eles, as queimadas. Preferiu ficar no debate teórico e não se dignou a deixar a agenda oficial para percorrer uma das áreas devastadas.
O ministro não dedicou muito tempo ao assunto nem mesmo nas entrevistas, como informa o site CampoGrandeNews. Fez apenas uma breve declaração sobre a situação do Pantanal. Disse que, por enquanto, o combate cabe mesmo às forças estaduais, ao ser indagado sobre o pedido de ajuda do governo de Mato Grosso do Sul. Não ofereceu qualquer auxílio e descartou a publicação da chamada GLO (Garantia de Lei e Ordem), para medida do tipo ser adotada.
Naquela região, os ventos fortes ajudam a propagar o fogo que, na maioria das vezes, é causado pelo homem. A gigantesca proporção do incêndio dificulta o trabalho dos agentes estaduais. A mobilização das Forças Armadas seria essencial para reprimir as ações criminosas e dar apoio logístico à polícia local. Salles se fez de desentendido e foi embora sem dar qualquer ajuda.
Esse mesmo Ricardo Salles tem na agenda um encontro marcado para quinta-feira, em Washington, com representantes de um dos maiores centros de negacionistas do aquecimento global, o Competitive Enterprise Institute. Em sua autodefinição, a entidade “questiona o alarmismo sobre o aquecimento global” e “opõe-se ao Acordo do Clima de Paris, protocolo de Kyoto” e a regulação para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Mais elucidativo, impossível.
Desde o começo da temporada de queimadas na Amazônia, o ministro aparece em entrevistas para soltar argumentos evasivos sobre a atuação do governo na área ambiental, enquanto na prática a devastação avança. No caso do Pantanal, nem chegou a se explicar. Com sua face impassível, que parece esculpida em pedra, segue inoperante no cargo. Ou pior: algumas vezes até parece afinado com grupos que colaboram direta ou indiretamente com o extermínio das matas. A continuar assim, pode muito bem mudar o nome da pasta de Ministério do Meio Ambiente para Ministério do Fogo.
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