Publicado 03/06/2019 01:56 | Atualizado 03/06/2019 01:57
No centro da praça Tiradentes há uma estátua de... Dom Pedro I. Há correntes de historiadores que garantem que parte do monumento foi desenhada pelo francês Auguste Rodin.
É possível discutir nossa independência só olhando pra essa obra.
Em um sobrado da região que Alcides Caminha, o famoso cartunista Carlos Zéfiro, compôs com Nelson Cavaquinho a pérola “A flor e o espinho”.
O sebo do Gordo, onde vendia as revistinhas eróticas do Zéfiro, ficava ali.
Durante a revolta da Vacina, no começo do século XX, a praça foi palco de guerra. Na mesma época, vendedores de rato ganhavam um tostão negociando os bichanos com o Governo. Oswaldo Cruz era o responsável pela saúde do Brasil.
Os teatros João Caetano e Carlos Gomes foram protagonistas dos lançamentos da grande parte das obras primas da nossa história teatral.
Depois de estrear na Itália e passar por Manaus, a ópera “O Guarani”, de Carlos Gomes, foi vista no hoje teatro que homenageia o seu maestro compositor.
Como podemos ver, o que não falta é história.
Vamos para os dias de hoje e para a surpresa.
A Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) do Rio de Janeiro e o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) vão lançar um “estudo inédito sobre a importância das atividades culturais para o desenvolvimento socioeconômico do centro do Rio de Janeiro”.
A coluna teve acesso exclusivo.
Entre tantos questionamentos, um relacionava os motivos dos frequentadores da praça estarem ali em dias úteis.
Resultado? 25,5% frequentam a praça por questões profissionais e 24,1% para fazer compras.
Até aqui, entendível.
Chamou atenção o desconhecimento com os espaços culturais da região: 60% dos entrevistados não conhecem nenhum recinto cultural. 40% apontam, especialmente, a Feira do Lavradio e os teatros Carlos Gomes e João Caetano.
Entender o passado e a importância do que nos cerca contribui e muito para a preservação.
Sei que é óbvio, mas, tendo contato com esses números, não custa repetir.
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