Monumento homenageando o
Monumento homenageando o "Circuito de São Gonçalo", a segunda corrida oficial no BrasilRafael Albani - Wikipedia
Por Thiago Gomide
Uma cidade em festa e arquibancadas lotadíssimas: 5000 mil pessoas ansiosas e muito bem vestidas para assistir o que era propagado como uma verdadeira corrida de automóveis.

Do Rio de Janeiro, muitos foram de trens e bondes.

Ninguém podia perder aqueles carros que chegavam, uau!, a mais de 40 km/h.

Corridas de diferentes categorias e percursos brindariam o público. A competição mais esperada era a que envolvia os veículos mais potentes.

Vamos a ela.

Os pilotos não podem ser considerados profissionais. A corrida não pode ser comparada as que conhecemos hoje, com grid de largada, por exemplo. Os automóveis, que eram descobertos, precisavam ser ocupados por um piloto e um, digamos, auxiliar.

Cada piloto saía em um horário e quem fizesse o melhor tempo levava o caneco.

O “Circuito de São Gonçalo” foi repleto de momentos emocionantes: três pneus de um mesmo carro furaram, um acidente ejetou um copiloto para o meio do mato e até um automóvel pegou fogo. Não teve feridos graves.

Dois cidadãos disputaram tech a tech. Gastão de Almeida, pilotando um Berliet, venceu por uma diferença de poucos minutos Borges Júnior, que estava à frente de um Fiat, com motor mais possante.

Aquele 19 de setembro de 1909 ficou marcado na história de São Gonçalo.

Vamos ver se irão aprontar algo para comemorar esses 110 anos.

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Primeira corrida

A primeira corrida oficial aconteceu em São Paulo. Ficou famosa como “Circuito de Itapecerica”. Data? 26 de julho de 1908.

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Primeira batida famosa

Você já pediu carro emprestado e deu aquela porrada? Ou vice-versa?

O poeta Olavo Bilac era muito amigo do jornalista José do Patrocínio.

Zé tinha um automóvel importado da França. Relíquia. Todo mundo parava pra admirar. Eram poucos no Brasil.

Aproveitando da amizade, Bilac mandou aquela clássica, do tipo “deixa eu dar uma voltinha”.

Conheço muitos que recusariam. Carro é coisa sagrada. Mas José do Patrocínio deixou. Amargo arrependimento.

Correndo a 3 km/h, o poeta não conseguiu controlar a direção e uma árvore foi o ponto final.

João do Rio, um dos principais cronistas da nossa história, escreveu que foi na rua da Passagem.

O ano que costuma ser consenso entre historiadores é 1901.

Bilac tinha um certo orgulho do feito. 

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Ayrton Senna do Brasil

Completou-se 25 anos que Senna morreu.

Não conheço um que não lembre do dia.

Fiz um vídeo contando um pouco da carreira do piloto e os grandes desafios que ele conseguiu atravessar.

Clique aqui para assistir.

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Generosa indicação

Essa coluna é aberta a sugestões.

Quem me contou o “Circuito de São Gonçalo” e abriu a possibilidade de pesquisar sobre foi o advogado Adolpho Konder.

Muito obrigado.

Quer me dar uma dica? Thiago.gomide@odia.com.br