Por causa da morte de Barão do Rio Branco, foliões pularam dois Carnavais em 1912Reprodução O Malho/ Biblioteca Nacional
Por Thiago Gomide
Publicado 26/02/2020 03:37 | Atualizado 26/02/2020 03:42
E aí, você gostaria de viver dois Carnavais em um mesmo ano?
Antes de continuar explicando o que rolou em 1912: fiz um vídeo mostrando imagens e o local exato que tudo aconteceu. Clique aqui
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Em fevereiro de 1912, o presidente Hermes da Fonseca estava com a popularidade super baixa, enfrentando desgastes por todos os lados, querendo o mínimo de problemas possíveis.
Foi então que uma bomba caiu em seu colo às vésperas do Carnaval: Barão do Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores, homem fundamental para o desenho do mapa brasileiro, tinha morrido.

Como o país iria seguir para folia velando o amado Rio Branco?
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Depois de muito matutar, Hermes, com apoio de poucos assessores, chegou à conclusão que o desejo popular – na visão dele, claro – era que o carnaval fosse adiado. Não tinha clima. Esquece.

Pobre Hermes. Fez os diabos para passar a festa para abril com a certeza que estava acertando finalmente, que teria o povo, ainda bem, ao seu lado.

A turma estava triste, mas não o suficiente para deixar o carnaval para um segundo tempo.
Em fevereiro, para desgosto do Hermes da Fonseca, o centro do Rio de Janeiro foi tomado pelos foliões.
Mesmo sem os desfiles patrocinados pelo governo, a galera estava lá batendo ponto.

Em abril, não tinha como recuar. O governo teve que honrar com a palavra e o povo honrou com a segunda presença. Festa total.

O Marechal Hermes da Fonseca, Presidente da República, ainda teve que escutar a galhofa e o anseio dos foliões, que cantaram a seguinte marchinha:

"Com a morte do Barão
Tivemos dois carnavá
Ai que bom, ai que gostoso
Se morresse o Marechá”.
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Desce o pano.
*
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Cemitério do Caju
Barão do Rio Branco foi enterrado no cemitério São Francisco Xavier, no Caju. 
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