Grêmios estudantis de escolas tradicionais se juntam para arrecadar quentinhas para moradores em situação de rua - Divulgação
Grêmios estudantis de escolas tradicionais se juntam para arrecadar quentinhas para moradores em situação de ruaDivulgação
Por Thiago Gomide
Costumo ler diversos jornais produzidos pelas escolas e colégios. Além de gostar e buscar entender o que cada comunidade está aprontando, faz parte da minha caminhada profissional. 

Quando abri o jornal do colégio Andrews, um projeto logo me chamou atenção.

""Escolas contra a fome" é uma parceria entre os Grêmios do Andrews, Santo Inácio, São Vicente de Paulo, Escola Parque Gávea, La Salle Abel, CEFET (Maracanã) e Teresiano. O objetivo é dar luz à campanha "Quarentena Sem Fome", que atua no Rio de Janeiro comprando quentinhas de trabalhadores autônomos para doar a pessoas em situação de rua”, explicava.

Peraí, isso precisa de mais atenção. Reli. Peraí, quero saber mais. 

Entrei em contato com o estudante João Motta Monteiro de Salles, 16 anos, flamenguista orgulhoso e presidente do grêmio estudantil do colégio Andrews, no Humaitá. Mais informações, por gentileza.

“Qual projeto você está falando? Porque nós fizemos dois, um foi para ajudar o pipoqueiro e o vendedor de churros da porta da escola”, respondeu João pelo whatsapp.

Colunista desinformado, pensei. Respondi que achava esse bacana, mas estava querendo entender melhor o outro, envolvendo diversos grupos estudantis.

“Posso mandar por áudio explicando?”, retrucou educadamente.

Uma das grandes tradições do centenário Andrews é a preocupação com as ações sociais. No mundo da educação, isso é reconhecido pelos pares.

Com esse espírito, todos os anos o grêmio do Andrews aproveita encontros com responsáveis para estimular doações.

As consequências da pandemia de COVID-19 mudaram os planos de 2020. Sem a possibilidade de contar com o evento presencial, João e o resto do grêmio resolveram promover uma conexão com grêmios de outras tradicionais escolas para apoiar um movimento social que compra quentinhas de produtores autônomos e distribui para moradores em situação de rua.

Nascia, dessa forma, o “Escolas contra a fome”. A distância, evidente. 

São dezenas de estudantes envolvidos, mobilizando os pais, familiares e amigos. 

“O nosso movimento serve de divulgação e arrecadação de doações para o "Quarentena sem fome". Resolvemos fazer uma rede do bem”, complementa o líder estudantil que pensa seguir pela comunicação social.

Até agora foram arrecadados quase 4 mil reais, o que significa mais de 300 quentinhas ( acompanhadas de uma garrafa de água).

Olha só o perfil no Instagram. Há várias informações e caminhos para também contribuir. Teresa Cristina Franco Cosentino, que fez carreira na área social do BNDES, está por trás do “Quarentena sem fome”.

Aproveitando que João quer cursar comunicação social e sabe-se lá se estou versando com meu futuro chefe, fiz logo o dever de perguntar a opinião sobre os elementos importantes para atravessarmos essa pandemia, já que ele estava na liderança de ações práticas.

“União, solidariedade e confiar na ciência e nas medidas sociais sugeridas pelos cientistas”, respondeu em texto, sem áudio e de prima.