Tânia e os pais: a criança foi vítima de um brutal crime que abalou o BrasilReprodução Internet - Site Mega Curioso
Por Thiago Gomide
Publicado 05/06/2020 03:37 | Atualizado 05/06/2020 09:44
Neyde se apaixonou por Antônio. Antônio se apaixonou por Neyde. O primeiro encontro foi na estação da Central do Brasil.

Até aí nada demais a não ser pelo fato de Antônio ser super comprometido. Casado, com duas filhas.

Neyde não sabia no começo do relacionamento. Foi informada no curso da história.

Sem perder tempo, chegou para o Antônio e perguntou se aquilo era verdade, quando ele iria se separar...

Antônio fez que não era com ele. Foi enrolando, enrolando...até o momento que Neyde deu basta. Ou era tudo ou era nada.

Antônio não quis se separar. Não quis deixar as duas filhas. Amava Nilza, a esposa.

Neyde, então com 22 anos, prometeu vingança. Disse que aquilo não ficaria assim não. 

Nilza, a esposa, não sabia da traição e nem conhecia Neyde. Aproveitando essa circunstância, Neyde resolveu se aproximar. Com nome falso, evidentemente.

Fingiu que eram amigas de escola. Foi ganhando a confiança. Antônio não sabia de nada. Os encontros aconteciam à tarde, na própria casa da Nilza e do Antônio, na Piedade. Zero desconfiança.

Neyde era ardilosa. As crianças ficaram encantadas com ela. Neyde levava presentes. Balinhas. Pirulitos. 

No dia 30 de junho de 1960 a conta chegaria. Sabendo que a mãe de Tânia não estaria na hora de buscar a filha na escola, Neyde foi lá, enganou os funcionários e conseguiu o que mais queria: sequestrar a filha mais jovem do casal.

Ao chegar na escola, Nilza ficou desesperada. Como assim uma estranha levou a filha?

Pelas características descritas pelos funcionários da escola, Antônio já sabia de quem tratava. Aí o desespero foi maior. Ele lembrou do momento que Neyde ameaçou matar a família inteira dele caso não ficasse com ela.

A polícia foi acionada.

Do que Neyde seria capaz?

No bairro da Penha havia um matadouro. Foi pra lá que Neyde levou Tânia.

Era noite. Cerca de 20h.

Taninha chorava, queria a mãe. Primeiro, Neyde cortou um pedaço do cabelo da menina. Depois pegou um revolver 32 e deu um tiro. Com a criança morta, ela ainda teve sangue frio de botar fogo no corpo.

Alguns funcionários viram Neyde fugindo. A fogueira também chamou atenção.

Neyde foi rapidamente acusada. Negou até quando pode. Apesar de ter sido pega com a arma do assassinato.

Não preciso nem dizer que o crime abalou o Brasil. Todos ficaram chocados com a frieza, com tamanha maldade, com tanta violência.

A população queria matar Neyde, já chamada de “Fera da Penha". Queriam fazer justiça com as próprias mãos.

Neyde foi condenada a 33 anos. Só cumpriu 15. Está viva, mas há poucas informações sobre. 

O matadouro se tornou uma praça e há uma placa informando o que aconteceu ali.
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Coluna dedicada
Essa coluna é dedicada às e aos jornalistas Dani Moura, Jorge Melo, José Brito Cunha, Pablo de Moura, Juli Wexel e Marcílio Brandão. 
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A coluna está torcendo muito pela recuperação do professor Muniz Sodré.