Publicado 08/09/2020 12:58
Os estudantes, professores e funcionários da Universidade do Brasil, atual UFRJ, estavam assustados.
Os moradores da Ilha do Fundão pareciam só ter um assunto: a proliferação de aranhas conhecidas como “Flamenguinhas”, prima distante da perigosa “Viúva Negra”.
Eram vistas em tudo que era canto.
Você estava almoçando e batia de cara com uma. Estava sentadinho em um banco e logo apareciam algumas para incomodar. Tirando aquela pestana e acordava com uma danada na testa.
Entravam nos sapatos. Subiam pelas calças. Pelos vestidos. Além do evidente incomodo, havia a informação que elas eram peçonhentas. Casos de ataque foram registrados.
Precisava-se resolver aquela parada. O Rio de Janeiro corria risco. Até o presidente da república, Jânio Quadros, entrou no circuito prometendo dar um fim ao problema.
O gigantesco ninho ficava perto do Instituto de Puericultura da então Universidade do Brasil. Crianças, inclusive, estavam internadas nesse lugar.
“Olha o perigo", muitos defendiam.
Para descascar uma maça, o Rambo se vangloriava de usar uma faca de 30 centímetros. Nós nos orgulhamos de preparar uma verdadeira guerra contra as bichinhas.
Foram instalados cem tambores de óleo e gasolina. Jatos da Força Aérea Brasileira iriam jogar bombas exatamente nesses alvos, ampliando a potência e destruindo o que tivesse pela frente.
Os moradores da Ilha do Fundão pareciam só ter um assunto: a proliferação de aranhas conhecidas como “Flamenguinhas”, prima distante da perigosa “Viúva Negra”.
Eram vistas em tudo que era canto.
Você estava almoçando e batia de cara com uma. Estava sentadinho em um banco e logo apareciam algumas para incomodar. Tirando aquela pestana e acordava com uma danada na testa.
Entravam nos sapatos. Subiam pelas calças. Pelos vestidos. Além do evidente incomodo, havia a informação que elas eram peçonhentas. Casos de ataque foram registrados.
Precisava-se resolver aquela parada. O Rio de Janeiro corria risco. Até o presidente da república, Jânio Quadros, entrou no circuito prometendo dar um fim ao problema.
O gigantesco ninho ficava perto do Instituto de Puericultura da então Universidade do Brasil. Crianças, inclusive, estavam internadas nesse lugar.
“Olha o perigo", muitos defendiam.
Para descascar uma maça, o Rambo se vangloriava de usar uma faca de 30 centímetros. Nós nos orgulhamos de preparar uma verdadeira guerra contra as bichinhas.
Foram instalados cem tambores de óleo e gasolina. Jatos da Força Aérea Brasileira iriam jogar bombas exatamente nesses alvos, ampliando a potência e destruindo o que tivesse pela frente.
No dia 26 de julho de 1961, os caças levantaram voo. Era tardinha. A população observava tudo à distância.
Bombas incendiárias, que lembram aquelas lançadas pelos americanos no Vietnã, tomaram conta. As fotos impressionam. De longe só era possível perceber que pedaços de terra pulavam para tudo que é canto. E fumaça, muita fumaça.
Houve aplausos. Houve quem jurasse ser o fim daquela praga. Houve quem sonhasse com um almoço tranquilo. Houve quem pensasse que “pronto, vida normal, posso dormir em paz".
Logo chegou a informação que nossos bravos pilotos sofreram com a concorrência do vento. As bombas não acertaram os tambores.
E pior: com as explosões e contando com um mecanismo de defesa, as aranhas mais jovens conseguiram acompanhar as correntes aéreas e pararam em outros lugares.
Aranhas espalhadas significava, significa e sempre significará novos ninhos.
Até na Barra da Tijuca elas foram parar. Niterói, coitada!, só faltou receber uma festa de aracnídeos.
Mais alguns ataques precisaram ser feitos para consertar a barbeiragem.
A chamada Operação Aranha não foi um sucesso absoluto, como pudemos ver, mas não se escutou mais sobre o imenso ninho.
Na Ilha do Fundão, é claro.
*
Bombas incendiárias, que lembram aquelas lançadas pelos americanos no Vietnã, tomaram conta. As fotos impressionam. De longe só era possível perceber que pedaços de terra pulavam para tudo que é canto. E fumaça, muita fumaça.
Houve aplausos. Houve quem jurasse ser o fim daquela praga. Houve quem sonhasse com um almoço tranquilo. Houve quem pensasse que “pronto, vida normal, posso dormir em paz".
Logo chegou a informação que nossos bravos pilotos sofreram com a concorrência do vento. As bombas não acertaram os tambores.
E pior: com as explosões e contando com um mecanismo de defesa, as aranhas mais jovens conseguiram acompanhar as correntes aéreas e pararam em outros lugares.
Aranhas espalhadas significava, significa e sempre significará novos ninhos.
Até na Barra da Tijuca elas foram parar. Niterói, coitada!, só faltou receber uma festa de aracnídeos.
Mais alguns ataques precisaram ser feitos para consertar a barbeiragem.
A chamada Operação Aranha não foi um sucesso absoluto, como pudemos ver, mas não se escutou mais sobre o imenso ninho.
Na Ilha do Fundão, é claro.
*
Parabéns
A UFRJ, tão atacada, é um orgulho para o Rio de Janeiro.
Parabéns pelo trabalho e pela resistência.
*
Por que Viúva-Negra?
Porque muitas fêmeas têm o hábito de devorar o macho após a cópula.
Eita.
*
Puericultura?
“É a ciência que reúne todas as noções (fisiologia, higiene, sociologia) suscetíveis de favorecer o desenvolvimento físico e psíquico das crianças, desde o período da gestação até a puberdade”, é a definição mais encontrada nos portais sérios de ciência.
Por que Viúva-Negra?
Porque muitas fêmeas têm o hábito de devorar o macho após a cópula.
Eita.
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Puericultura?
“É a ciência que reúne todas as noções (fisiologia, higiene, sociologia) suscetíveis de favorecer o desenvolvimento físico e psíquico das crianças, desde o período da gestação até a puberdade”, é a definição mais encontrada nos portais sérios de ciência.
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